Quanto mais se cava, mais ‘indícios de superfaturamento’ aparecem na saúde pública do Amazonas. Um dos novos alvos de investigação, a Central de Medicamentos (Cema) da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam), comprou por R$ 8,3 milhões Equipamento de Proteção Individual (EPIs) para serem usados durante o combate a pandemia de Covid-19. No entanto, outra empresa comprou os mesmos materiais, no mesmo período, por R$ 5,7 milhões, uma diferença de mais de R$ 2,6 milhões. Porque a Cema pagou em média mais de 50% pelos mesmos produtos?
Máscara de proteção
Durante o período de pandemia do novo coronavírus, a Cema adquiriu da BDS Confecções Ltda, em 20 de abril, máscara descartável N95 por R$ 30 a unidade. Ao todo as 21 mil unidades custaram R$ 630 mil. O Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), comprou no dia 14 de abril, a mesma máscara por R$ 19,90 a unidade. Uma diferença de R$ 10,10, representando 51% de diferença.
Avental de proteção
Em 28 de abril, a Cema comprou 300 mil unidades de avental descartável manga longa por R$ 8,90 a unidade. Por outro lado, o INDSH adquiriu o mesmo produto por R$ 5,20. Diferença de R$ 3,70, que representa 71% a mais pago pela Central.
Combate ao vírus na palma da mão
Com a diferença de 84% mais caro, a Cema comprou, em 26 de maio, luva de procedimento 7.0 na BDS Confecções Ltda por R$ 2,80 a unidade. Após três dias, INDSH comprou a mesma luva por R$ 1,52.
Macacão profissional
Em maio, a Cema adquiriu mil unidades de macacão profissional por R$ 215 cada um. Poucos dias antes, em abril, o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano comprou o mesmo macacão com a diferença de R$ 75. Representando uma diferença de 53% a mais paga pelo Estado.
Equipamento para o combate
Na compra de mais luvas de procedimento, cerca de 100 mil unidades, a Cema pagou R$ 30. Incrivelmente, dois dias antes, o INDSH adquiriu o produto por R$ 26.
Indícios fortes de sobrepreço
As diferenças entre os preços praticados pela BDS Confecções na venda dos mesmos produtos, mas com preços totalmente irregulares, mostra um dano estimada em 50% aos cofres públicos do Amazonas. No total, a Cema gastou mais de R$ 8,3 milhões e o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano, cerca de R$ 5,7 milhões. As pequenas diferenças nos preços, representaram em um prejuízo de R$ 2,6 milhões a mais na compra dos mesmos produtos e no mesmo período. Como explicar essa diferença de preço praticado?
Fonte: D24am