“O hospital referência para tratamento da Covid-19 nunca chegou perto de 90% de ocupação, nunca! E a vida dessas pessoas que foram ceifadas quem é que devolve? Dinheiro se devolve, prende, bloqueia e restitui”, reforça o deputado Wilker Barreto sobre os dados revelados de ocupação leitos no Hospital e Pronto-Socorro Delphina Abdel Aziz.
Na manhã desta segunda-feira (14), os membros da CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), convocaram a coordenadora estadual da regulação no estado, Keila Batista que prestou esclarecimento referente ao aditivo firmado pelo Governo do Amazonas com o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), Organização Social de Saúde (OSS) que por mês, recebe cerca de R$ 17 milhões por meio do Contrato de Gestão 01/2019.
Os deputados questionaram a coordenadora a respeito de como foi realizado a regulação do sistema de saúde e principalmente dos leitos do Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, unidade administrada pelo INDSH. O presidente da CPI, deputado delegado Péricles, lembrou a afirmação do diretor do instituto que informou que haviam leitos ofertados 50% – cerca de 170 leitos – para tratamento da Covid-19, mas que a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) não os procurou.
“Acontece deputado, que o Hospital Deplhina Aziz manda para gente todos os dias o mapa de leitos onde tem algumas situações, como leitos bloqueados, reservados e vagos. No mês de maio a gente regulou pelo sistema, 612 pacientes que foram encaminhados para o complexo. Então assim, existem essas situações e também leitos de retaguarda que como a unidade também é um pronto-socorro ele precisa ter aquele leito que ele vai fazer o fluxo pacientes dentro do hospital. Mas não tenho como te explicar o por qual motivo o leito estava bloqueado”, esclareceu.
Para o deputado Wilker Barreto fica muito claro que o não cumprimento pela INDSH das quatro etapas em contrato prejudicou o atendimento. “Essa falha causou um enorme dano. Porque a primeira fase que consome 55% do contrato no valor de R$ 8,4 milhões, ela duraria um mês. Na segunda fase para R$ 11 milhões e assim sucessivamente. Quando ficou tudo na primeira fase, todo aquele processo de exames que poderiam desafogar o fluxo de atendimentos, filas e travou. Só que o povo continuou pagando”, relatou.
De acordo com o deputado, o custo do hospital ao estado é muito alto e precisa realmente funcionar em sua plenitude. Durante a pandemia foram disponibilizados pouquíssimos leitos. “Os leitos bloqueados são muito cômodos para a OSS não gastar com medicamento, não fazer as escalas e plantões. Mas o povo do Amazonas pagando todo mês, o valor cheio. Hoje eu entendo que vocês trabalham a regulação de acordo com a alimentação do sistema. Agora, quem era a pessoa da SES-AM, secretário, governador, que estava olhando com lupa esses números? Porque eu entendo que se tivéssemos apertado mais, teríamos mais leitos”, disse Wilker Barreto.
Durante os meses de maior incidência de casos do novo coronavírus, em abril e maio, milhares de amazonenses buscaram leitos e atendimento, segundo o presidente da CPI, deputado delegado Péricles que propôs chamar novamente o diretor do INDSH para comparar dados de leitos disponíveis. “Nós precisamos. Esse assunto é pertinente porque custou vidas, esses erros que estamos presenciando aqui apontado por essa planilha, é o caso de fazermos uma acareação que chame, na quarta ou quinta o senhor Luiz Gasparini e os quatro técnicos para comparecerem e deixarmos bem claro os erros que encontramos”, frisou Péricles.
Os membros da CPI da Saúde querem ouvir novamente o diretor do INDSH e técnicos para compararem dados entregues pelos representantes do núcleo de regulação, a respeito da disponibilidade e ocupação dos leitos na unidade de saúde. “O hospital referência para tratamento da Covid-19 nunca chegou perto de 90% de ocupação, nunca! E a vida dessas pessoas que foram ceifadas quem é que devolve? Dinheiro se devolve, prende, bloqueia e restitui”, diz Barreto.
Fonte: D24am