Após reclamar do barulho de uma festa, dentro de um condomínio da zona oeste de Manaus, Eduardo Michiles, 36, teve o seu apartamento alvejado por disparos de arma de fogo, que teriam sido feitos por um cabo da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM). O caso aconteceu na madrugada do domingo (13).

Segundo a Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública, foram abertos dois procedimentos, um Inquérito Policial e um Inquérito Policial Militar (IPM) que é de regime interno, para que sejam feitas as apurações das denúncias. O policial militar foi ouvido na sede da Corregedoria e se reservou ao direito de permanecer em silêncio. Já foram ouvidas a vítima e testemunhas. Perícias foram requisitadas para a arma supostamente utilizada no delito e no local do fato.

Nos vídeos postados na internet, Eduardo Michiles explica que o fato ocorreu depois que ele reclamou de uma festa na área de convivência do condomínio, que acontecia após o horário permitido. Depois disso, o policial passou a ameaçá-lo de morte e efetuou dez disparos de arma de fogo contra seu apartamento.

“Eu nunca o vi na minha vida e não o conheço. Eu acionei a síndica às 0h21 e por volta de 01h20, aproximadamente, foi quando ocorreram os disparos contra o meu apartamento. Tudo isso por eu ter reclamado do barulho, já que no regime interno, está escrito que só é permitido o uso da área de lazer até meia-noite”, disse.

Em outro vídeo, a vítima mostra que o local atingido pelos disparos de arma de fogo foi o quarto do seu filho, de apenas dois anos de idade, que na hora do ocorrido, estava no quarto dos pais. No quarto da criança há marcas dos disparos na parede, teto, e até um espelho foi atingido, ficando os estilhaços no chão.

“Eu tive muito pânico e terror quando descobri que se travava de uma pessoa que é paga para nos proteger. Eu tive medo em saber que um criminoso desses é Policial Militar”, completou.

Em nota, a Polícia Militar do Amazonas ressaltou que não compactua com atos que contrariem a lei e a ordem e reiterou seu compromisso com o dever de servir, proteger e preservar os direitos individuais e coletivos. A Polícia Militar do Amazonas informou ainda que, ao tomar conhecimento das acusações, instaurou um Procedimento Administrativo pela Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD), da corporação.

Eduardo Michiles saiu com a família do condomínio, por temer mais violência por parte do policial. Ainda segundo a vítima, o filho está traumatizado, reproduzindo com frequência o barulho dos tiros.

Fonte: D24am