Famílias da Comunidade Indígena Nova Vida, no bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus, realizaram uma manifestação nesta quarta-feira (30), para reivindicar a reintegração de posse da área, anunciada pela Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com advogado da comunidade, Leoncio Carvalho, 2.500 famílias moram no local, e hoje, possuem toda estrutura das casas de alvenaria. Segundo ele, entrará com o recurso para prover o direito das famílias, que já moram na comunidade há três anos.

“E depois de três anos aqui, como toda uma estrutura de alvenaria, vem uma decisão judicial para expulsá-los, isso não pode.
Vamos entrar com devidos recursos para prover o direito deles de continuarem na terra. Muitas famílias que vieram para cá, não pela decisão deles de se afastar da família, e sim por questões relacionadas à saúde”, explicou o advogado.

A decisão do MPF diz que “consiste na retirada imediata e definitiva da área do Sítio Arqueológico Nova Cidade, bem como em obrigação de não fazer, consiste em não mais ocupar, invadir ou adentrar no referido Sítio sem autorização expressa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)”.

Segundo cacique Josué, as famílias lutam pela terra, suas moradias, além de educação e saúde, na cidade.

“2018 nós entramos aqui, lutamos por essa terra, fizemos o requerimento dessa terra, e hoje estão querendo tirar o próprio povo de dentro da sua casa. O próprio órgão que nos defende fala que o índio hoje não é reconhecido dentro da cidade. No meio do mato, para cidade, nós temos o mesmo direito. Temos o direito de moradia digna”, explicou o indígena.

Fonte: D24am.