Com a vacinação de trabalhadores de saúde, a Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) começou a coletar amostras de sangue dos próprios funcionários desde a última semana. A ação faz parte de um estudo que vai avaliar o comportamento dos anticorpos em amostras de sangue coletadas antes da vacinação ou até cinco dias após a vacinação.

Ao todo, 400 trabalhadores da instituição devem participar voluntariamente do estudo. A avaliação terá continuidade em outras quatro etapas de coleta: após um mês, três meses, seis meses e 12 meses da aplicação da segunda dose da vacina.

“Vamos realizar coletas periódicas de sangue dessas 400 pessoas com o intuito de estudar a ação do imunizante em diferentes indivíduos: quanto tempo leva para ele ativar as defesas contra o vírus, quanto tempo mantém essas defesas ativas e a memória imunológica para a produção natural de anticorpos”, explicou a doutora em Imunologia e pesquisadora da Hemoam, Adriana Malheiro

De acordo com a pesquisadora, em meados de abril já será possível obter os resultados preliminares do imunizante. A previsão é que novos resultados sejam divulgados também em julho e outubro deste ano e abril de 2022.

A imunologista, que também é professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), acrescentou que o estudo permitirá também testar se a vacina disponível nessa primeira etapa é eficiente contra a variante do vírus.

As amostras de sangue dos servidores serão processadas na infraestrutura de análises clínicas e de biologia molecular da própria Fundação Hemoam. Cada amostra será submetida a vários testes, tais como dosagem de anticorpo, citometria de fluxo (para análise de memória e teste de anticorpo neutralizante) e teste de eficácia celular.

O estudo tem anuência do Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Hemoam (CEP-Hemoam), e conta com a participação de cinco pesquisadores da Fundação, além da pesquisadora Simone Gonçalves da Fonseca, da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da imunologista responsável pelo sequenciamento genético do novo coronavírus, Ester Sabino, da Universidade de São Paulo (USP).

Os pesquisadores do Hemoam envolvidos no estudo são: Adriana Malheiro Alle Marie (coordenadora), Andréa Monteiro Tarragô (copesquisadora principal) Nelson Fraiji (coinvestigador), Socorro Sampaio (coinvestigadora), Myuki Alfaia Esashika Crispim (coinvestigadora). Sônia Rejane de Sena Frantz (coinvestigadora), Maria de Nazaré Saunier Barbosa (coinvestigadora), Claudia Abrahim e Allysson Guimarães.

Fonte: G1 AM