A veterinária Pryscilla Andrade , de 31 anos , que estava internada há 12 dias em UTI  de um hospital particular em Recife, com suspeita de Síndrome de Haff, a doença da urina preta, morreu nesta segunda-feira (1). A informação foi confirmada pela mãe da vítima Betânia Andrade nesta terça-feira (2).

Pryscilla estava com o fígado comprometido, rins paralisados e água no pulmão. Ela foi intoxicada após comer um peixe da espécie arabaina.
Pryscilla estava com o fígado comprometido, rins paralisados e água no pulmão. Ela foi intoxicada após comer um peixe da espécie arabaina.

O médico infectologista Filipe Prohaska explicou que a doença rara é causada por contaminação através do consumo do peixe mal armazenado. “O peixe não foi armazenado de forma adequada. Aí ele vai produzir uma toxina, o gosto não tem alteração, mas poucos dias após o consumo, você começa a ter uma dor muscular intensa e a urina ficando preta, devendo procurar uma unidade hospitalar”, disse.

O médico infectologista e pesquisador Antônio Bandeira defende que apesar da Síndrome de Haff, inicialmente batizada como “doença misteriosa”, ter relação com o consumo de peixes, as pessoas não devem modificar seus hábitos alimentares.

Sintomas

O problema ocorre de forma repentina e causa ruptura das células musculares. A síndrome pode evoluir rapidamente: os primeiros sintomas surgem entre duas a 24 horas após o consumo de peixe ou crustáceos bem cozidos, mas contaminados.

Além da urina preta, entre os principais sinais da doença, estão a dor e rigidez muscular, dormência, perda de força e falta de ar.

Na presença de qualquer um dos sintomas, especialmente o escurecimento da urina, é importante que a pessoa consulte um clínico geral para que seja feita a avaliação dos sinais e a realização de exames para confirmar o diagnóstico.

Consumo de peixe

O médico infectologista e pesquisador Antônio Bandeira defende que apesar da Síndrome de Haff, inicialmente batizada como “doença misteriosa”, ter relação com o consumo de peixes, as pessoas não devem modificar seus hábitos alimentares. “É preciso destacar que essa é uma situação rara, com poucas dezenas de casos entre milhões de pessoas que estão consumindo peixes. É uma situação excepcional porque se trata de uma síndrome rara”, disse ele.

Fonte: Em tempo