Com parecer favorável do MP-AM (Ministério Público do Amazonas), o juiz George Hamilton Lins Barroso, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, mandou retirar a tornozeleira eletrônica de Alejandro Molina Valeiko, denunciado por envolvimento no assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues.

O juiz manteve outras três medidas cautelares que Alejandro cumpre desde março de 2020: comparecimento mensal em Juízo para informar e justificar atividades, a proibição de ausentar-se da comarca de Manaus sem prévia autorização judicial e a comunicação acerca de qualquer mudança de endereço.

Trecho da decisão que revogou monitoramento eletrônico de Alejandro Valeiko (Fonte: Justiça do Amazonas)

A decisão foi proferida na última segunda-feira, 19, mas só foi disponibilizada nos autos do processo nesta quinta-feira, 22. Na mesma decisão, Barroso também mandou a defesa de Alejandro indicar oito testemunhas para a instrução processual, que ainda não tem data para ser realizada.

Ao acatar pedido da defesa de Valeiko para revogar o monitoramento eletrônico, o magistrado considerou que não há informação sobre qualquer comportamento ou ato por parte do acusado que prejudique ou inviabilize a tramitação processual. Além disso, Alejandro já foi citado e apresentou resposta à acusação.

Denúncia

A denúncia contra Alejandro Valeiko, Elizeu da Paz, Mayc Vinícius Parede, Paola Valeiko e  José Edvandro Júnior narra que o corpo de Flávio Rodrigues foi encontrado no dia 3o de setembro de 2019 em uma área de mata no bairro Tarumã, na zona oeste de Manaus.

De acordo com o promotor Igor Starling Peixoto, na noite do dia 29 de setembro, Alejandro Molina, José Edvandro Júnior e Elielton Magno estavam consumindo drogas e bebidas alcoólicas na casa de Valeiko, no Condomínio Passaredo, na zona oeste de Manaus, quando “ocorreram fatos no interior do imóvel”.

Por volta de 22h20, “em razão do comportamento do Alejandro no interior do imóvel”, Elizeu da Paz e Mayc Parede chegaram no condomínio em um carro Corolla, cor preta, placa PHY-8178. O documento cita que eles tiveram “autorização prévia” para entrar, mas não narra o que ocorreu no interior da residência.

Starling afirma que, às 22h30, Elielton Magno chegou ferido à guarita do condomínio e recebeu auxílio dos agentes de portaria. Às 22h33, Elizeu e Mayc saíram em alta velocidade do Condomínio Passaredo no carro Corolla. Conforme a denúncia, no banco de trás, Mayc segurava Flávio dos Santos, que estava ferido.

Pedidos negados

Em março deste ano, Barroso negou a soltura de outro réu, o Mayc Vinicius Teixeira Parede, sob alegação de que “não houve qualquer mudança na situação jurídica-processual” que tornasse a prisão preventiva do acusado “inconveniente, inoportuna ou ilegal”.

O juiz considerou a “exacerbada violência contra a vítima, o que demonstra a periculosidade do agente”. Para o magistrado, medidas cautelares são ineficientes para Mayc e, por isso, é necessária a manutenção da prisão preventiva para “garantir a ordem pública e a paz social”.

Em fevereiro passado, Barroso também negou a soltura do policial militar Elizeu da Paz de Souza sob o mesmo argumento usado para manter Mayc na cadeia. O magistrado citou a “gravidade do crime em tese praticado” e a “exacerbada violência” cometida contra o engenheiro.

 

Fonte: Amazonas Atual