Comerciantes que trabalham na rua dos Barés, no bairro Centro, zona Sul de Manaus, começaram a sentir os impactos da cheia, este ano. Prejudicados pelas alagações, eles reclamam que ainda não receberam assistência com as pontes de madeira por parte da Prefeitura de Manaus. A equipe de reportagem do portal Em Tempo foi, na tarde deste sábado (1º), até a localidade acompanhar de perto a realidade dos trabalhadores.

Reclamações

João Neto, de 55 anos, é proprietário de uma distribuidora na área e tem sentido os prejuízos no bolso.

“Daqui a alguns dias ninguém vai conseguir mais passar. Precisamos que a Prefeitura entre com uma providência urgente. Todos os anos de cheia, recebemos as pontes. Sei que o poder público não tem culpa de uma cheia, é um fenômeno natural, mas sempre ajudam a gente. Cadê as pontes? ”, questiona.

Ainda de acordo com o comerciante, caso uma solução não seja tomada, chegará o ponto em que nenhum deles conseguira mais fazer suas vendas.

“Vai ficar difícil para as pessoas virem aqui. Ninguém vai querer pisar em uma água suja dessas. Deu uma queda nas nossas vendas. Imagina, quando o rio encher mais”, desabafa.

O autônomo João Silva, 48, também usa o lugar para prestar serviços aos comerciantes da rua dos Barés. Segundo ele, o percurso no local é constante e, agora, ficou mais complicado.

“A enchente já está desse jeito aqui, imagine daqui dois meses. Meu carro já está é nadando aí! Vou ter que voltar aqui, várias vezes, e complica porque pode afetar o motor e quem vai gastar sou eu”, disse.

Tráfego complica

Além da alagação no local complicar a vida de comerciantes, o tráfego de veículos foi dificultado. Também não é possível estacionar com tranquilidade, para descarregar mercadorias nos estabelecimentos.

“As providencias já deveriam ter sido tomadas, com essas passarelas de madeira. Nossas vendas não podem cair. Ano passado (2020) não houve a enchente, mas em 2019 houve e, nessa época, o Prefeito de Manaus já estava providenciando as palafitas”, fala João Neto.

Na balsa amarela

Enquanto isso, as escadarias da av. Manaus Moderna, próximas ao Terminal Balsa Amarela, estão cobertas pela água. Como de costume, donos de pequenas embarcações fazem a ancoragem no local e a população aproveita para banhar-se no rio.

A lateral do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, também foi tomada pela água, misturando -se ao lixo.

Prefeitura responde comerciantes 

Técnicos da Prefeitura visitam o local e prometem tomar providências.
Técnicos da Prefeitura visitam o local e prometem tomar providências. | Foto: Divulgação

Neste domingo (02/05), técnicos da Prefeitura de Manaus compareceram à rua dos Barés, Centro de Manaus, com uma equipe de gestores da Casa Militar, Defesa Civil e outras pastas, com o objetivo de avaliar a situação de comerciantes, feirantes e moradores e tomar providências para amenizar os impactos da cheia no local.

De acordo com a Prefeitura, a visita faz parte de mais uma etapa da “Operação Cheia” e visa comtemplar outras vias da área.

“Reunimos os representantes de algumas secretarias que fazem parte do comitê de Pronta-Resposta para que pudéssemos fazer uma visita técnica e avaliar as medidas que serão tomadas em conjunto para amenizar os danos causados pela subida dos rios. É uma determinação do prefeito David Almeida que façamos tudo o que estiver dentro do alcance do poder público municipal e preparar a cidade para a cheia, assistindo a população da melhor forma possível. O Centro é uma das áreas que estamos monitorando desde o início do ano; e essa semana já iremos atuar no local”, disse o secretário Municipal e Chefe da Casa Militar, Tenente William Dias.

Pontes à vista

Após o alerta do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), na última sexta – feira (30/04), de que há probabilidade da capital ter uma cheia histórica, acima dos 30 metros, pessoas que vivem nas ruas, em pontos de alagamento, serão atendidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc).

A rua dos Barés e demais vias que sofrem com os impactos da cheia receberam, nos próximos dias, os serviços de barragens com sacas de areia, mudança no curso do trânsito e, claro, a construção de pontes e passarelas.