Nesta quarta-feira (16), em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) começou sua fala responsabilizando o presidente Jair Bolsonaro pelas mortes na pandemia.

De acordo com ele, governadores e prefeitos ficaram “desamparados” neste período.

“Como em um país em que o PR não dialoga com o governador? O presidente deixou os governadores à mercê da desgraça que viria. O único responsável pelos 450 mil mortos tem nome, endereço e tem que ser responsabilizado aqui, no Tribunal Penal Internacional pelos atos que praticou”, disse.

Wilson Witzel acusou ainda o governo federal de construir uma narrativa para responsabilizar e perseguir os governadores, por adotarem medidas de isolamento social para conter a disseminação do coronavírus.

“Solicitaram reuniões com presidente e nas reuniões em que participei foi politizada”.

Ele disse também que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi tratado de forma “descortês” durante reunião dos gestores estaduais e o presidente da República.

Em sua defesa, disse à CPI que foi cassado por um tribunal de exceção e classificou seu impeachment como uma “vergonha para a história do Brasil”, porque o tribunal foi “totalmente parcial”.

Com relação à compra de respiradores, Witzel disse que as negociações eram internacionais e que não foram feitas. Ele afirmou que governo federal, para se livrar das consequências da pandemia, criou uma narrativa, pensada, de que os governos estaduais ficariam em situação de fragilidade e não conseguiram comprar insumos e equipamentos.

Com um habeas corpus, que não o obriga a dizer a verdade, Witzel se comprometeu com à CPI.

O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia autorizado o não comparecimento de Witzel ao colegiado e deu a ele a permissão de ficar calado durante a oitiva.

“Não tenho medo da verdade, estou à disposição”, afirmou.