De acordo com relatório da Polícia Civil do Amazonas, a ordem para a realização dos ataques e incêndios em Manaus no início do mês foi dada por líderes do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro. Segundo o relatório, no dia 5 de junho, véspera do primeiro ataque, os criminosos do CV do Amazonas foram convocados para receber ordens de represália, vindas diretamente do Complexo da Penha, no Rio de Janeiro.

Ainda segundo as investigações da PC, a ordem teria sido dada Marcelo da Silva Nunes, conhecido como Marcelão Jogador, direto da Vila Cruzeiro, no RJ. Ele teria enviado um áudio coordenando as ações criminosas que deveriam ser feitas em represália a morte de Erick Batista Costa, o Dadinho, morto durante operação da Polícia Militar do Amazonas.

No documento, os policiais relatam que um dos integrante da facção, preso no dia 11 de junho, confessa ter sido convocado para a reunião por um comparsa, identificado apenas como Cavalinho. O objetivo era cumprir ‘ordens de cima’ e realizar ataques pela cidade de Manaus como resposta à morte de Dadinho, que era apontado como uma das lideranças da facção.

Em depoimento um dos traficantes preso pelos incêndios contou aos policiais que a ordem das ações partiu “da cúpula do comando vermelho, responsável pelo estado do Amazonas, que reside no estado do Rio de Janeiro”.

Segundo as investigações, além de atuar na cúpula da facção, emitindo ordens operacionais a distância, Marcelão também atua como braço financeiro da quadrilha, controlando as movimentações e operações de lavagem do dinheiro fruto das atividades criminosas.

A corporação também identificou outras duas lideranças do tráfico amazonense que migraram para o Rio de Janeiro e reforçaram a ordem de ataques de Marcelão: Kaio Wuellington Cardoso dos Santos, conhecido como Mano Kaio ou Neymar, que também estabeleceu residência no Complexo da Penha, e Jhonson Alves Barbosa, o Playboy ou Pequeno Jhonson, que estaria morando no Complexo da Maré.