O juiz do estado de Minnesota, Peter Cahill, condenou o ex-policial Derek Chauvin a 22 anos e meio de prisão pela morte de George Floyd, homem negro asfixiado durante uma abordagem policial em maio de 2020, em Mineápolis, nos Estados Unidos. A sentença é uma das mais longas decretadas a um ex-policial pelo uso letal da força nos EUA.

Em sua decisão, o juiz Peter Cahill afirmou que a sentença não foi tomada com base na emoção e na opinião pública e que ele tem a obrigação de aplicar a lei baseada em fatos. Durante todo o julgamento, o ex-policial se recusou a depor em frente ao tribunal, mas pouco antes da leitura da pena, Chauvin falou pela primeira vez e ofereceu seus pêsames à família de Floyd.

Segundo a legislação do estado, Chauvin deverá ficar preso por 14 anos para pedir por liberdade condicional – ainda assim, ele seguirá proibido de portar armas de fogo e não poderá voltar à polícia.

Em abril, um júri o declarou culpado pela morte de George Floyd em todas as três acusações de homicídio contra o ex-segurança negro:

  • causar a morte, sem intenção, por meio de um ato perigoso, sem consideração pela vida humana
  • negligência ao assumir o risco consciente de causar a morte de Floyd
  • homicídio culposo

A sentença de Chauvin levou em conta quatro “fatores agravantes”, segundo a Justiça norte-americana: cometer o crime em frente a uma criança; agir com ‘crueldade particular’; atuar com o apoio de um grupo; e abusar da autoridade de policial.

A MORTE DE GEORGE FLOYD

Um vídeo de Chauvin, um homem branco, ajoelhado sobre o pescoço de Floyd, um homem negro de 46 anos, que estava algemado, por mais de nove minutos, causou ultraje ao redor do mundo e os maiores protestos vistos nos EUA em décadas. O ex-policial e três colegas abordaram Floyd por suspeitas de ter usado uma nota falsa de US$ 20.

Os demais agentes foram demitidos no dia seguinte à morte de Floyd e devem ser julgados no ano que vem, sob acusações de serem cúmplices do assassinato.