Dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) apontam queda nas internações de pacientes confirmados com Covid-19 no país. Em maio deste ano, foram registradas 46.284 entradas em leitos de UTI, número que apresentou queda de 13,4% em comparação ao mês de junho, quando 40.059 pessoas foram internadas.

O levantamento foi realizado pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base nos registros das hospitalizações nas quais foram confirmados casos positivos para o vírus Sars-​CoV-2, causador da doença.

Veja a seguir, gráfico com a evolução das hospitalizações causadas pela doença desde o início da pandemia no país:

Para especialistas, a curva decrescente de internações é resultado dos avanços nas faixas etárias contempladas pela campanha de vacinação contra a Covid-19 no país, como também devido à continuação dos cuidados de prevenção contra a doença. Levantamento feito recentemente pelo Metrópoles mostrou que as mortes entre os maiores de 60 anos – grupo prioritário na vacinação –  também caíram em todo o país.

Apesar da diminuição, o número de pacientes internados no último mês ainda é alto. Em comparação a julho do ano passado, os piores 30 dias de 2020 nesse quesito foram 27.911 internações documentadas. Neste ano, o mês com mais pacientes internados foi abril, com 58.697 registros.

Chefe da emergência do Hospital Santa Lúcia, Luciano Lourenço atua diariamente com pacientes acometidos pela Covid-19. Para ele, apesar da diminuição, a quantidade está longe de ser aceitável. Em queda há 19 dias, a média móvel de mortes por Covid-19 está, entretanto, acima de mil óbitos diários desde janeiro.

“É um quadro em que, apesar de uma curva negativa, os números absolutos são altos, um volume muito grande de pessoas, de entes queridos, morrendo. Ainda precisamos seguir as orientações para que não tenhamos outra onda acontecendo com o afrouxamento precoce das medidas restritivas”, afirma o especialista.

Até o momento, 55,5% dos adultos no país já receberam ao menos uma dose de vacina contra a Covid-19, e 20% já completaram a vacinação. As informações são das secretarias estaduais de Saúde, reunidas pelo Consórcio de Veículos de Imprensa*.

“Então ainda não é o momento para afrouxar medidas, porque se elas forem afrouxadas aumentamos a chance de fazer uma nova onda, já que a imunização está acontecendo numa velocidade que ainda depende do investimento de cada um de nós nos cuidados contra o vírus”, explica Lourenço.

Dados do último boletim do Observatório Covid-19 divulgados pela Fiocruz mostram que, pela primeira vez desde dezembro de 2020, nenhum estado apresentou taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 superior a 90%. Apesar da boa notícia, especialistas da fundação alertam para os altos números de contaminações.

“As vacinas disponíveis apresentam limites em relação ao bloqueio da transmissão do vírus, que continua circulando com intensidade. As vacinas são especialmente efetivas na prevenção de casos graves. A preocupação com a possibilidade de surgimento de variantes com potencial de reduzir a efetividade das vacinas disponíveis é pertinente e não pode ser perdida de vista”, diz o boletim.

*O Consórcio de Veículos de Imprensa é formado por: G1, O Globo, Extra, Estadão, Folha e UOL.