Surgida em novembro de 2020 na cidade de Manaus, a variante Gama (P.1) é mais letal que a cepa original do novo coronavírus, aponta estudo realizado no Brasil na semana passada.

O estudo foi feito pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade de São Paulo (USP), Fundação Bill&Melinda Gates, Universidade de Washington, University of Texas Medical Branch e Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto.

As amostras, que foram coletadas de pacientes da cidade de São José dos do Rio Preto, no interior de São Paulo, evidenciaram como a introdução da P.1 na região foi extremamente rápida, deslocando outras variantes em circulação, que predominavam na região.

A cepa foi associada ao aumento de 127% de casos graves e de 162% de mortes entre março e abril deste ano na cidade. Estes dados são reforçados pela situação caótica de Manaus no início do ano. Nos meses de janeiro a fevereiro, a P.1 compunha 9,7% das amostras registradas na cidade. Em pouco mais de um mês, ela chegou a 96,4%.

Simultaneamente, essa introdução teve impacto na gravidade dos casos ao longo do tempo, especialmente entre pessoas com menos de 70 anos, grupo no qual houve aumento de 109% nos casos graves. Nos que têm mais de 70 anos, o porcentual foi de 19%.

A variante Delta tem avançado nas últimas semanas, com crescimento expressivo em locais como a cidade do Rio de Janeiro e em São Paulo e região metropolitana.

Vacinação

A pesquisa também mostrou que os casos graves e as mortes pela covid-19 foram reduzidos pela vacinação, conforme outros estudos realizados no mundo.

O estudo ainda revelou que vacinados transmitem menos o coronavírus, uma vez que o sistema imune combate melhor a infecção e impede que a transmissão ocorra com cargas virais altas.