O vereador de Itacoatiara/AM, Robson Almeida Filho (PV-AM) teve o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar. A votação, por 12 votos a 4, aconteceu na Câmara Municipal de Itacoatiara e contou momentos conturbados. A vaga agora será ocupada pelo suplente do Partido Verde, Fábio Cavalcante Miquiles.

A principal alegação contra Robson Almeida foi o acúmulo de cinco cargos públicos, situação que já havia sido condenada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM). Além de vereador, Robson também exercia funções como médico generalista e plantonista em Silves/AM, médico pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), e como 3º sargento da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM).

Um vereador de Itacoatiara que preferiu não ter o nome divulgado afirmou que era “complicado e difícil retirar um mandato dado pelo povo” mas com “tantos ilícitos que simplesmente ficou insustentável manter atividade parlamentar com o agora ex-vereador Robson Almeida”.

Recursos

Robson tentou salvar o mandato através do poder Judiciário, em quatro representações junto às Cortes do Estado, os magistrados tiveram o entendimento que era prerrogativa da Câmara de Itacoatiara decidir sobre a manutenção ou cassação do exercício de cargo político do vereador.

Histórico Criminal

Em 2016, Robson disputou uma vaga na Câmara Municipal de Manaus, obteve mais de 2 mil votos mas não foi eleito. Dois anos depois, em 2018, uma operação do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), prendeu Robson e o acusou como chefe de quadrilha de tráfico de drogas no estado. Na ocasião, a força-tarefa 300 kg de maconha e outros entorpecentes com o vulgo “Robinho”, como ele era conhecido.

A quadrilha foi interceptada na comunidade do Jandira, em Iranduba. Robson dirigia um veículo roubado de São Paulo, modelo Honda CRV estava com placa clonada, e tinha como destino a cidade de Manaus. Dentro do carro foram encontradas uma cartela de ecstasy, 30 comprimidos de LSD, uma porção de cocaína e cédulas de dinheiro, que totalizavam R$ 10 mil. A base da quadrilha era uma mansão alugada no conjunto Morada do Sol, zona centro-sul da capital amazonense.

“O Robson é o cabeça dessa organização criminosa. Ele é o contato com os proprietários da droga, que traziam para Manaus e revendiam para ele. Ele repassava para os outros membros da organização que revendiam”, afirmou o então diretor do DRCO, delegado Guilherme Torres.