As agressões sofridas por uma criança autista, de 8 anos, em uma clínica particular de Manaus, foram descobertas pela própria mãe, após ela solicitar imagens das câmeras de segurança da sala onde a vítima realizava terapia ocupacional.

A fisioterapeuta Samia Patricia Riatto Watanabe, de 44 anos, foi indiciada por maus-tratos pela Polícia Civil e o caso foi encaminhado à Justiça do Amazonas.

Em depoimento à polícia, a fisioterapeuta negou as acusações. Ao g1, os advogados reiteraram a inocência da cliente e dizem que as acusações são infundadas.

“Senti uma angústia gigantesca desde o primeiro vídeo e segui chorando do início ao fim, pois vi claramente que ela não realizava nenhum tipo de intervenção terapêutica com ele… E quando assisti à primeira agressão, não aguentei e parei de assistir”, lembrou a mãe.

De acordo com a mãe, o filho iniciou a terapia ocupacional em março deste ano e tinha duas sessões por semana. Ao todo, ele foi atendido pela clínica por cerca de 4 meses.

“Em junho começamos a notar que ele estava resistente para ir para terapia em questão, chegando, às vezes, a lagrimar. Mas como nessa época ele tava resistente para várias outras atividades, não desconfiamos dela. Até que, apesar da dificuldade de linguagem, ele falou que a tia havia batido na sua cabeça”, disse.

A mãe, então, solicitou à clínica para assistir as imagens das câmeras de segurança do mês de junho, de todas as sessões. Foi quando as agressões foram descobertas.

“Ele agora está passando por uma avaliação pós-traumática e seguimos cuidando dele, levando às terapias, a agitação dele e comportamentos disruptivos aumentaram, mas seguimos tratando, mesmo sem saber o dano causado por tudo que ele passou”, lamentou.

O caso foi denunciado à polícia em 17 de julho, e encontra-se tramitando no 15º Juizado Especial Criminal de Manaus. Procurada pelo g1 nesta terça-feira (5), a mãe estava muito abalada e preferiu não conceder entrevista. Pela tarde, ela decidiu se pronunciar sobre o caso pois entende a necessidade da repercussão, já que apesar da denúncia, segundo ela, muitos encaravam como boatos.

*Com informações do g1