BRASIL – Mesmo com a grande quantidade de ações conquistadas pelo governo federal para proibir eventual bloqueio de rodovias federais, entidades representativas dos caminhoneiros prometem manter a paralisação marcada para esta segunda-feira (1º/11).

Segundo o Ministério da Infraestrutura, foram 29 liminares, em 20 estados, para proibir a obstrução de vias e aplicar multa aos bloqueadores. As medidas judiciais, chamadas de interditos proibitórios, porém, não mudaram a intenção de protesto da maioria dos representantes ouvidos pelo jornal Metrópoles neste domingo (31).

Em grande parte bolsonaristas, os caminhoneiros fazem questão de frisar que a manifestação não é contra o presidente da República, mas pelo respeito aos direitos da categoria.

Os caminhoneiros estão insatisfeitos com a política de preços da Petrobras e a crescente alta do diesel, que acumula aumento de 65,3% no valor do litro neste ano. Os profissionais querem ainda a volta da aposentadoria especial – concedida depois de 25 anos de contribuições previdenciárias – e o cumprimento da chamada tabela de frete, que é alvo de ações na Justiça por empresas.

Movimento segue “firme e forte”

O diretor-presidente do Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (CNTRC), Plínio Nestor Dias, afirmou nesse sábado (30/10) não ter ciência sobre as decisões que impedem o bloqueio das pistas e ressaltou que a categoria segue “firme e forte” na paralisação.

Procurado novamente neste domingo, ele disse não ter sido notificado oficialmente sobre as determinações da Justiça e alegou que a adesão dos caminhoneiros à pauta segue a mesma.

Ao Metrópoles, o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos Rodoviários da Baixada Santista, Romero da Costa, que representa cerca de 16 mil profissionais do maior porto da América Latina, afirmou que as liminares e a falta de diálogo do ministro da infraestrutura, Tarcísio de Freitas, inflamaram ainda mais a categoria.