O deputado estadual Dermilson Chagas (Sem partido) estaria, com dinheiro público, mantendo uma estrutura para criação de conteúdos visando atacar a honra de seus adversários políticos. É o que afirma uma denúncia feita na Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc).

Segundo a denúncia (comprovada com inúmeros vídeos, fotos e prints de conversa via Whatsapp), um dos principais alvos do deputado seria o Governador Wilson Lima, além de outros deputados. As provas foram entregues à polícia por uma funcionária do deputado.

Em seu depoimento a polícia, a servidora teria explicado como coordenava pessoalmente os ataques e como estruturou, a pedido do deputado, uma espécie de ‘gabinete do ódio’. A estrutura, segundo ela, é mantida financeiramente com dinheiro público.

Uma equipe teria sido montada (com um designer e um editor de vídeos) para manter a estrutura de difamação, construindo e editando diariamente conteúdos ofensivos contra o Lima e outros deputados.

No depoimento, a denunciante confessou também ter cometido o crime de falsa identidade e de ter praticado, ela mesma, a pedido do deputado Dermilson, os crimes de calúnia e difamação contra o governador do Amazonas e outros políticos locais.

A denunciante trabalhava desde 2016 no gabinete do parlamentar amazonense e em 2021 passou a comandar as ações criminosas lá de dentro. Segundo ela, foram dezenas de mensagens ao longo do tempo, produzidas em vídeo ou em fotos e depois direcionadas por ela e equipe,  para a população em geral, para deputados e para diversos grupos políticos, através de listas de transmissão, tudo, sob a orientação e comando do deputado Estadual.

Na delação, a vítima descreveu ainda que sofria humilhações constantes e que outros servidores do gabinete também eram ameaçados de demissão e perseguidos quando não publicavam ou compartilhavam as mensagens falsas.

Em Julho de 2021, a servidora pediu exoneração do cargo como descrito no depoimento “por não aguentar mais as pressões e humilhações”. Segundo ela, o estopim se deu após Dermilson solicitar que ela tirasse fotos da rotina íntima de um outro Deputado, se aproveitando da proximidade familiar que ela tinha com o outro parlamentar.

Ela então decidiu bloquear Dermilson nos aplicativos de mensagem, conforme print de mensagens que os dois trocaram à época. Por medo de represálias, ela decidiu mudar de cidade após as denúncias.