A farmacêutica Pfizer já começou a desenvolver uma nova versão da vacina anticovid, com o objetivo de combater a variante Ômicron, em caso de o imunizante atual não ser suficientemente eficaz contra esta cepa, afirmou nesta segunda-feira (29) o CEO da farmacêutica americana, Albert Bourla.

“Ainda há muitas coisas que não sabemos”, disse o executivo em uma entrevista para a rede americana CNBC, sobre a sobre a nova variante, detectada na África do Sul e considerada “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Saberemos o essencial do que precisamos saber em poucas semanas”, acrescentou.

Caso o imunizante seja repaginado, o Brasil tem a garantia de que a nova versão será enviada ao país. A informação foi revelada pela presidente da Pfizer no Brasil, Marta Díez, em entrevista à Folha de S. Paulo.

Na última segunda-feira (29), o Ministério da Saúde firmou um novo acordo com a farmacêutica para a compra de mais 100 milhões de doses para 2022, com a opção de adicionar mais 50 milhões de doses. O documento prevê que o Brasil receba novas versões da vacina, adaptadas a variantes.

A Pfizer já criou duas novas versões de sua vacina em menos de cem dias, contra as variantes delta e beta, que acabaram não sendo usadas. “Em 95 dias, teremos a nova vacina contra a ômicron”, disse Bourla.

Segundo a presidente da empresa no Brasil, os resultados devem ser divulgados no mês de dezembro. “Agora mesmo a companhia está estudando o impacto da variante na imunização que tem nossa vacina hoje. Devemos ter resultado em dezembro, nas próximas semanas, se a vacina atual é suficiente ou se será necessário desenvolver nova versão”, disse à Folha.

O laboratório Moderna, que também produz uma vacina contra a Covid-19, anunciou na sexta-feira (26), sua intenção de desenvolver uma dose de reforço específica para a ômicron.

O diretor da Pfizer afirmou, porém, que ainda confia na vacina que é distribuída atualmente, indicando que a farmacêutica usou “uma boa dosagem desde o início”.