MANAUS – A mãe do sargento Lucas Ramon, Livânia Guimarães, publicou uma carta aberta na qual fala sobre sua luta por justiça pela morte do filho. A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) já prendeu o suspeito, Silas Ferreira, que confessou a autoria do crime e confirmou que os mandantes foram o casal Joabson Agostinho e Jordana Freire, proprietários do Supermercado Vitória, ambos estão soltos.

“Ele foi vítima de um casal que não temos dúvidas de serem os culpados, ratificadamente principais suspeitos para a Polícia. Estes são cônjuges que todos desta cidade conhecem, que não souberam resolver os problemas maritais e que acharam como solução matar meu filho. Mas, ironicamente, o real problema deles continua vivo: a traição. Matar alguém não resolve problema algum, cria-se outro. Agora eles terão que enfrentar de fato seus reais problemas além dos que criaram”, escreve Livânia.

“Sei que tal força, representada pelo Secretário da Segurança Pública do Amazonas General Mansur, não se deixará intimidar por civis que, através do dinheiro, tentam manipular as leis de segurança e processos de inquéritos a exemplo do assassinato do meu filho”, pontua ela destacando o trabalho da PC-AM e da SSP-AM.

Livânia ainda faz uma análise do perfil do casal Vitória, e critica o fato utilizarem o argumento de terem 3 filhos para deixarem a prisão: “Eis uma questão! Outra análise é comportamental pelo perfil psicológico apresentado pelo assassino, o intermediador, e o casal acusado que está sendo investigado. Um quarteto psicótico e perverso, que em nenhum momento entrou em contato com a realidade, para pensar, ao menos, nas possíveis consequências às famílias envolvidas, principalmente o casal que possui 3 filhos e que para o bem próprio usou o elo familiar da paternidade para sensibilizar e argumentar na solicitação do habeas corpus. O fato é que, em nosso país, temos que desconstruir a ideia de que “quem tem dinheiro compra as leis, manipula e sai impune”. Nessa desconstrução de pensamento, o estado do Amazonas sai na frente, pois tem demonstrado que a justiça e a apuração das investigações existem para todos que cometem penalidades”.

“O casal suspeito se equivocou, quando pensou que compraria o caráter e a reta ética que norteia o trabalho de profissionais sérios e competentes, como os que eu estou conhecendo no estado do Amazonas, tanto na SSP como na justiça. É importante entender que pessoas de alto poder aquisitivo, assim como as que não o têm – que são a maioria – possuem o mesmo direito à justiça feita por homens e mulheres que sabem qual papel a exercer perante a lei”, conclui a mãe do sargento.

Livânia finaliza a carta aberta agradecendo o apoio recebido pela sociedade manauara, que se sensibilizou com o crime e ajudou nas investigações além de confortarem a família Guimarães em seu sofrimento.