BRASIL – Em meio à tensão mundial pelo surgimento da variante Ômicron do coronavírus, Jair Bolsonaro voltou a dar declarações negacionistas neste domingo (5), que colocam em xeque a eficácia das vacinas contra a Covid-19.

Em entrevista ao portal Poder360, ele disse que “não há a menor dúvida” de que vetará o ‘passaporte vacinal’ caso alguma proposta nesse sentido seja aprovada pelo Congresso e chegue para sanção no Palácio do Planalto.

Em seguida, voltou a pôr em dúvida a credibilidade dos imunizantes: “quer melhor vacina, comprovada cientificamente, do que a própria contaminação? E qual a validade de cada vacina? Vale por quantos meses? Parece que há um interesse de vender cada vez mais”.

Levantamento divulgado neste domingo apontou que 79,7% das pessoas que morreram de Covid-19 no Brasil entre 1º março e 15 de novembro deste ano não receberam nenhuma dose da vacina. A pesquisa foi feita a pedido do portal UOL pela Info Tracker, plataforma de dados da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Passaporte vacinal

O chamado passaporte vacinal para viajantes que entram em território brasileiros será tema de uma reunião ministerial convocada para esta segunda-feira (6). Participam os ministros da Saúde, da Justiça e Segurança Pública, da Infraestrutura e das Relações Exteriores.

A convocação partiu da Casa Civil, que tenta resolver o impasse entre governo e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Representantes da Agência também estarão presentes no encontro, segundo reportagem do Congresso em Foco. Um pedido da Anvisa para que o governo cobre o certificado de vacinação para entrar no País está barrado no Planalto desde 12 de novembro.

A discussão sobre a exigência de um comprovante de vacina contra a Covid-19 ganhou corpo com o avanço da variante Ômicron.

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), defendeu na última quinta-feira (2) na tribuna do plenário a adoção do mecanismo para frear o avanço da Covid-19 no Brasil. A posição foi endossada pela legenda no Twitter, que filiou Bolsonaro há três dias.