Brasil – Na noite da última quinta-feira (16), presos da cadeia pública de Sarandi, no norte do Paraná, realizaram uma transmissão ao vivo para mostrar os problemas de superlotação e reclamar de supostos maus tratos sofridos na cadeia. A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as denúncias relatadas.

“A situação está precária em relação à saúde, estamos vivendo em ambiente desumano, nós sabemos que nós erramos, nós queremos pagar por nossos atos, nós perdemos. Nesse momento nós estamos aqui pagando por nossos atos, mas da forma que nós estamos pagando é desumano”, reclamou um dos presos na ‘live’.

No dia seguinte, o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR) divulgou que os detentos haviam planejado uma fuga do local, mas que a ação foi frustrada pelo órgão. Os responsáveis pela transmissão irão responder criminalmente pelo ato infracional.

Dentre os problemas relatados pelos detentos, estão o tratamento que suas famílias recebem quando chegam para visitas e a má gestão do local: “O chefe de segurança vem todo ano oprimindo nós [sic] e nossos familiares. Dessa forma, vocês acham que a gente vai melhorar? Estão formando monstros nessa unidade. Eles fizeram da cadeia uma firma. Nesse momento a cadeia está um barril de pólvora, e uma hora vai estourar”, falavam os presos.

De acordo com o Depen-PR, as reclamações dos presos são improcedentes e os problemas enfrentados pelas visitas dos presos são em decorrência das restrições da Covid-19. Mas o órgão reconheceu que existe um excesso de presos na cadeia e diz que está fazendo a transferência dos detentos para outras unidades.

Para confiscar os aparelhos celulares de dentro das celas, o órgão fez uma operação durante a manhã de sexta, a qual também resultou na retirada de outros itens ilícitos.