BRASIL – Líder do impeachment que tirou a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) do poder em 2016, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) vem negociando sua saída do partido e uma eventual ida para o PP, partido do Centrão comandado pelo atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ou para o União Brasil, partido resultante da junção entre o PSL e DEM que ainda está em formação.

De acordo com o site O Antagonista, Cunha, que teve o mandato cassado em 2016, além de ter sido condenado pela Lava Jato e estar inelegível até 2026, teria recebido o convite para se filiar ao PP do próprio Ciro Nogueira. Caso aceite, o parlamentar retornaria à legenda pela qual se elegeu deputado federal pela primeira vez, em 2003.

Segundo o UOL, porém, uma outra possibilidade é que Cunha ingresse nas fileiras do União Brasil, partido resultante da fusão entre o DEM e o PSL e que terá sua homologação julgada Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro do próximo ano. A futura legenda já abriga a publicitária Danielle Cunha, filha do ex-parlamentar, que pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro. Cunha também tentará voltar à Câmara por São Paulo, e não mais pelo Rio.

Os convites feitos a Cunha estão acontecendo na esteira da condenação no âmbito da Lava Jato ter sido anulada, em setembro deste ano, pela segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e remetida à Justiça Eleitoral do Rio.

Em janeiro deste ano, Cunha lançou o livro “Tchau, querida” no qual confirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff foi vítima de um conluio de Cunha, e que contou com o apoio do então vice-presidente, Michel Temer, e do PSDB.