BRASIL – A conta de luz do brasileiro virou dor de cabeça. E não deve melhorar: especialistas preveem que os efeitos da seca serão sentidos em 2022 e possivelmente nos anos seguintes.

A maior seca em 90 anos prejudicou a geração de energia pelas hidrelétricas, que respondem por 63,2% da capacidade instalada do Sistema Interligado Nacional.

A elevação da bandeira tarifária, implementada como resposta para bancar os custos mais altos, não está sendo suficiente. Segundo os cálculos mais recentes da TR Soluções, a conta das bandeiras tarifárias fechará o ano com saldo negativo de R$ 13,89 bilhões. Além disso, com novas despesas da instalação de termelétricas já contratadas, os custos serão repassados ao consumidor.

Se chover pouco em 2022, o cenário pode piorar ainda mais. Contudo, as previsões meteorológicas não são pessimistas. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) divulgou previsão em que aponta para chuvas acima da média para o sul de Minas Gerais e o norte de São Paulo, onde ficam importantes reservatórios do setor, para os meses de março e abril de 2022.

“Estávamos com a expectativa de que novembro fosse o pior mês em termos de reservatórios, mas as chuvas surpreenderam. Iniciamos uma recuperação. Agora temos que esperar para ver como serão os próximos meses”, ressalta André Cavalcante, CEO da Elétron Energy.