O jornalista e dono da Adesso TV, do Rio Grande do Sul, Daniel Carniel, entrou ao vivo com o nariz sangrando, após ser agredido com chutes e socos de um homem, ainda não identificado, na entrada da emissora. O caso aconteceu na cidade de Garibaldi (RS), na última sexta-feira (14). Ele é responsável pelo programa “Prato Limpo”, semelhante ao “Balanço Geral”.

Em entrevista à UOL, o apresentador diz que considera o ataque um atentado. “Eu estava chegando para trabalhar, estacionei o carro e atravessei a rua, quando vi dois homens sentados [perto da porta do prédio da TV], o que é normal ter gente sentada ali. No momento em que estava atravessando, um dos rapazes foi embora e o outro ficou. Quando passei, ele perguntou: ‘você é o Daniel?’. Eu falei que ‘sim’. Ele me empurrou para o hall do edifício e me deu um soco. Fiquei zonzo. Ele me deu uma rasteira e caí no chão”, contou.

Segundo Daniel, o motivo para ter entrado no ar com o rosto ensanguentado não foi sensacionalismo. “Por que eu fiz isso? Sensacionalismo? Não, porque com o ambiente [político] que está na cidade, eles iam dizer ‘ah, esse programa forjou uma agressão…’. Daí eu fui para o ar para mostrar ‘não, gente, eu apanhei mesmo’. Isso não pode acontecer”, disse.

Com o rosto coberto de sangue, Carniel entrou ao vivo no programa e denunciou a agressão. Na sequência, o apresentador foi conduzido ao Hospital Beneficente São Pedro, em Garibaldi, para receber atendimento médico. O jornalista recebeu 10 pontos internos e externos na boca e ficou com diversos hematomas pelo corpo. Ele também precisou de atendimento odontológico, pois ficou com dois dentes soltos.

Segundo o titular da Delegacia de Polícia de Garibaldi, o delegado Clóvis Rodrigues de Souza, câmeras de segurança de um estabelecimento vizinho registraram o momento em que os suspeitos esperam Carniel chegar ao local. No entanto, ele frisa que ainda não teve acesso às imagens e aguarda o termo circunstanciado.

“Esse material deve ser disponibilizado em breve. Foi um ato muito grave. Se houver uma discordância, não é dessa forma, atacando o profissional, que se vai resolver”, pondera o delegado.

A Polícia Civil vai investigar a autoria, circunstâncias e motivação do crime.