Quase uma semana após a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) apresentar Marcelo da Silva, como principal suspeito de assassinar a menina Beatriz Angélica Mota, o advogado Rafael Nunes apresentou uma carta, na última terça-feira (18), que, segundo ele, teria sido escrita pelo suspeito, na prisão, na qual ele alega ser inocente.

Beatriz Angélica, uma criança de 7 anos, foi morta em 10 de dezembro de 2015 dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, com 42 facadas, em Petrolina, no Sertão pernambucano. 

“Eu sou inocente, eu não matei a criança, confessei na pressão. Pelo amor de Deus, eles querem minha morte, preciso de ajuda. Estou com medo de morrer, quero viver. Eu não sou assassino”, diz trecho da carta escrita por Marcelo.

O suspeito ainda afirmou querer falar com a mãe de Beatriz, Lucinha Mota e disse querer proteger a sua mãe. “Quero falar com a mãe da criança. Quero a proteção de minha mãe”, escreveu. O homem finaliza a carta assinando seu nome, a data e com a frase religiosa “Deus é Justo”.

Em 11 de janeiro, o acusado teria confessado o crime com detalhes a um grupo de delegados responsáveis pelo caso.

No depoimento, ele diz que “Eu não vou mentir, não. Eu sou o criminoso que cometi aquele crime. Eu nunca cometi um crime na minha vida tão bárbaro igual a essa consequência que houve”.

A peça-chave para o esclarecimento do caso foi a faca usada no crime. Os peritos coletaram o DNA no cabo da arma, deixada no local do homicídio. As amostras estavam misturadas ao sangue de Beatriz. Assim que o DNA contido na faca entrou no sistema, Marcelo da Silva foi apontado como compatível.

Marcelo da Silva já cumpre pena por estupro de vulnerável, ameaça e cárcere privado. Ele estava preso desde 2017 no presídio de Salgueiro, no Sertão, e foi transferido para um presídio no Grande Recife na quinta-feira (13).

Ele foi colocado numa “cela disciplina”, que está sob a vigilância de agentes do Grupo de Operações e Segurança, subordinado à Secretaria de Ressocialização.