Brasil – Um homem foi detido, na madrugada desta sexta-feira (11), após enviar uma foto da filha supostamente morta à esposa e ameaçá-la. O casal e a filha deixaram o Amazonas, no Norte do país, e viajaram pouco mais de 3 mil quilômetros para acompanhar uma sobrinha que faz tratamento contra um câncer em Curitiba, no Paraná.

De acordo com informações apuradas pela reportagem da Banda B, a família deixou Manaus, capital amazonense, e alugou um imóvel na capital paranaense por meio de um aplicativo.

A confusão teria começado após o marido ter feito uma chamada de vídeo com a esposa, por volta das 23h, e ter percebido a presença de um médico na sala onde a sobrinha da mulher era atendida. Em seguida, o suspeito teria xingado a esposa e afirmado que ela estaria o traindo com o profissional da saúde.

Ele, então, passou a enviar mensagens à mulher dizendo que “agora já era” e “agora manda a polícia”. Além disso, publicou no status do aplicativo: “O que eu fiz senhor” e “Deus não me perdoe pelo que fiz. Não aguentava mais”.

Minutos depois, após outras tentativas de ligações, o homem enviou a foto da filha supostamente morta sobre uma cama. A mulher pediu o endereço do local onde o marido estava com a filha, mas não obteve respostas.

“O suspeito estava falando com a vítima por chamada de vídeo e viu quando o médico passou pela câmera. Ele teve uma crise de ciúmes, passou a proferir palavras de baixo calão e, em determinado momento, disse que iria se vingar da esposa matando a filha do casal”, narrou a delegada Vanessa Alice, da Delegacia da Mulher, em entrevista à Banda B.

O homem também teria dito que a culpa pela suposta morte da filha era da esposa com mensagens como: “Esqueça de mim. Vc é uma safada. Que apronta aí no hospital. Fez eu fazer isso”. Ele chegou a dizer que ela havia “destruído a vida das pessoas”.

Após a foto e as mensagens de ameaça, a Polícia Militar foi acionada pela mulher ainda no hospital.

Procura pelo suspeito

À Polícia Militar (PM), a mulher disse que não sabia onde o marido estava com a filha. Ela tentou ligar para o companheiro para tentar saber onde eles estavam, mas não conseguiu contato.

“No decorrer da conversa, já supostamente com a filha sem vida, Daniel (nome fictício) relatou que iria para outro estado e que só depois disso Elaine (nome fictício) saberia onde o corpo da filha estaria”, consta no boletim de ocorrência.

A PM, então, acionou a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em seguida, a Polícia Federal (PF) do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, também foi avisada sobre a ocorrência.

A PF chegou a acessar uma lista de passageiros para saber se o homem havia feito alguma viagem. No entanto, nenhum registro foi encontrado. Ele também foi procurado na Rodoviária de Curitiba, mas não foi localizado.

Anteriormente, durante as conversas com a esposa, o homem chegou a enviar fotos do local onde estava acomodado, mas não enviou o endereço, segundo a polícia. Ele, então, informou o valor do aluguel do local onde estava para a esposa pagar.

“A partir de certas características do imóvel (piso, paredes, sancas e divisórias), a equipe que estava no apoio realizou uma busca em site de classificados e foi encontrado um imóvel com as mesmas singularidades em um endereço”, diz o documento apresentado à reportagem da Banda B.

Após descobrirem o suposto paradeiro do suspeito, policiais foram até o endereço da casa encontrada no aplicativo, no bairro Barreirinha.

“Foi possível constatar ser o mesmo local das fotos, um imóvel com vários quartos a alugar. Foi realizado o ‘adentramento’ no local em virtude do suposto crime de homicídio contra a criança, sendo a mesma avistada pela janela sentada em uma cama assistindo a um desenho pelo celular”, diz o documento.

Segundo a polícia, a criança não apresentava ferimentos. O homem, então, abriu a porta do imóvel e logo recebeu voz de prisão. Ele foi encaminhado à Delegacia da Mulher.

Mulher não denuncia marido

Segundo a delegada Vanessa Alice, a vítima e o autor das ameaças foram ouvidos na delegacia. No entanto, a mulher decidiu não representar contra o marido e o caso foi arquivado.

Ainda não há informações sobre como a mulher não sabia do endereço de onde a filha e o marido estavam.