BRASIL – O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP) disse que a corrupção no governo de Jair Bolsonaro (PL) é apenas virtual. O ministro é alvo de denúncia de um esquema de ‘escolas fake’ que tem como base o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

“Não houve corrupção. É uma corrupção virtual. Existem as narrativas, mas o que foi desviado lá? Não foi pago nada”, disse o ministro em entrevista à Folha de S. Paulo sobre o caso dos pastores lobistas no Ministério da Educação.

Em depoimentos ao Senado, prefeitos confirmaram pedidos de propinas. A revelação veio após a divulgação de um áudio do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro que revelaram um esquema liderado pelos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos para receber propina em troca da liberação de recursos do FNDE, liderado por Marcelo Ponte, ex-chefe de gabinete de Ciro Nogueira. O caso culminou na demissão de Milton Ribeiro do comando do MEC.

Ciro Nogueira está no centro de dois outros casos suspeitos na pasta. Ele é acusado de liberar a compra de ônibus superfaturados para prefeitos aliados. Em outro caso, revelado neste domingo 10, um esquema semelhante foi montado para liberação de recursos para aquisição de caminhões frigoríficos. Neste caso, prefeitos do PP do Piauí, partido de Nogueira, receberam 75% dos recursos do FNDE.

A Polícia Federal concluiu que Ciro Nogueira cometeu o crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro sob a suspeita de ter recebido propina da JBS em troca de apoio para a reeleição de Dilma Rousseff (PT), em 2014. O relatório está nas mãos de Augusto Aras, procurador-geral da República, que decidirá se apresenta ou não denúncia contra o ministro.