Brasil – Uma transexual foi presa na cidade de Arapongas no dia 4 deste mês por roubo. Elóa Santos, que veio de Belém do Pará ofertar os seus serviços sexuais em Arapongas, foi encaminhada à Cadeia Pública da 22ª Subdivisão Policial (SDP) e quem entra lá na ala masculina é obrigatório raspar os cabelos para ficar preso. Na segunda-feira (11) ativistas, entre as quais, Renata Borges, mulher transexual de Apucarana e defensora da causa das mulheres LGBTI+, ficaram sabendo da situação.

Renata está questionando essa situação e pedindo Justiça para resguardar os direitos de Eloá, já que um decreto do próprio Departamento Penitenciário (Depen) assegura alguns direitos para as transexuais.

“Nós temos o caso dela, que cometeu um delito e foi abordada pela Polícia Militar (PM) do Estado do Paraná, foi encaminhada até a Polícia Civil e depois para o minipresídio. Em algum momento, em algum desse trajeto resolveram violar os direitos dela raspando a cabeça. O Brasil é signatário de vários tratados internacionais quando diz respeito às pessoas LGBT em sistema de cárcere e o minipresídio de Arapongas provavelmente raspou a cabeça. E aí eu estou indagando e acionei o Ministério Público, através da 3ª Promotoria, Comissão dos Direitos Humanos do Estado do Paraná, através da Secretaria Justiça, Família e Trabalho, quem é que raspou o cabelo de Eloá.

Eu tenho uma menina trans hoje completamente violada e violentada. Todo esse estigma de marginalização, além de termos fora, agora temos aqui dentro do sistema do minipresídio, além dela estar em convívio com os homens. Aí eu faço questionamento a todas autoridades, ao Ministério Público e ao Depen que se pronunciem de forma clara, que pare de violentar e estigmatizar a violência contra a população trans”, cobra Renata das autoridades.

Ontem Renata Borges e uma amiga foram levar produtos de higiene para Elóa Santos no setor carcerário da 22ª Subdivisão Policial (SDP), até que essa situação seja resolvida.