Pressionado a recuar do decreto que reduz o IPI em 25%, ato que tira a competitividade dos produtos fabricados na ZFM, o presidente Jair Bolsonaro fez uma proposta, recebida no meio político como indecente.

A proposta prevê, ao invés de excetuar os produtos da ZFM, como querem as indústrias do Amazonas, aplicar uma nova redução.

Essa redução seria da ordem de 10%, que elevaria a cota de desoneração a 35%.

E no caso da ZFM, os produtos fabricados no Amazonas não acumulariam a redução; ficariam com os 25% do decreto atual.

Isso significa dizer que o presidente não cedeu nenhum ponto percentual do golpe. Mais que isso: ainda vai melhorar a situação fiscal das indústrias de outros estados contra os amazonenses.

Na sexta-feira, 15, o governador Wilson Lima anunciou que iria ao STF contra o decreto de Bolsonaro, mas até esta terça-feira ainda não havia feito a petição.

REAÇÃO –  O senador Omar Aziz (PSD-AM) reagiu à proposta de Bolsonaro dizendo que não haverá vantagem nenhuma. Ele explica a redução do IPI seja em 10%, 25% ou 35% não afeta os produtos em si, que já são isentos do imposto.

“O que prejudica enormemente é a competitividade, pois, os empresários do Amazonas terão a redução de 25% ou de qualquer outra alíquota do crédito na produção, enquanto quem está fora da Zona Franca obterá essa vantagem comparativa”, diz o coordenador da bancada amazonense no Congresso Nacional.