Os bolsonaristas Alberto Neto (PL) e Delegado Pablo (UB) não compareceram à reunião da bancada amazonense, que visa reverter a situação de risco que a Zona Franca de Manaus está correndo com o decreto dos Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Enquanto os deputados discutiam maneiras e o ingresso de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), Alberto Neto estava postando, em seu Instagram, sobre a condenação do deputado estadual Daniel Silveira, motociata e outros assuntos menos importantes para a população do Amazonas, onde se elegeu, e que depende significamente da ZFM.

Vale ressaltar que o ex-policial militar é natural de Fortaleza, no Ceará, mas veio para Manaus onde estudou e tornou-se sargento controlador de voo da Aeronáutica, ingressando em seguida na Polícia Militar, onde construiu sua história e conseguiu se eleger, em 2019, deputado federal com mais de 100 mil votos dos amazonenses.

A reunião que discutia, principalmente, evitar os efeitos negativos à ZFM, também tinha como principal assunto manter os empregos diretos na indústria, que deve sofrer diretamente com os impactos do decreto. Considerado “mortal”, um dos efeitos é tornar mais vantajoso produzir em outros estados do País, onde há melhor logística, afetando os empregos do Amazonas, o Polo Industrial de Manaus.

Também alheio às preocupações da bancada amazonense, o Delegado Pablo fez apenas duas postagens em seu Instagram, sendo uma delas a condenação do petista José Dirceu. Diferente de Alberto Neto, no entanto, o deputado é amazonense, mas também não compareceu à reunião.

BANCADA UNIDA – Apesar da falta de algumas peças que poderiam ser importantes e que possuem entrada com o governo federal, a bancada amazonense conseguiu, por meio do partido Solidariedade, ingressar com a ADI.

Os senadores Omar Aziz, Plínio Valério (PSDB) e Eduardo Braga (MDB) e os deputados federais Marcelo Ramos (PSD), Bosco Saraiva (SD), Sidney Leite (PSD) e Zé Ricardo (PT) ligaram para o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, que concordou com a assinatura ao documento.

A intenção, como reforçado com o presidente, não é derrubar todo o decreto, que traz benefícios à indústria nacional, mas sim assegurar que o direito ZFM amparado na Constituição Federal seja respeitado.

De acordo com o senador Omar Aziz o documento deve estar pronto para ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) em no máximo 10 dias.

Paralelamente, o governador Wilson Lima havia anunciado, na última sexta-feira, que ingressaria com uma ADI, mas a peça ainda não foi protocolada. Uma nova reunião entre eles deve acontecer.