Brasil – O carro que transportava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi cercado por um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) na última quinta-feira, 5, em Campinas, no interior do estado de São Paulo. O petista cumpria agendas com participação em eventos pela região.

A ação dos bolsonaristas ocorreu próximo a um hotel no qual o ex-presidente participava de um almoço. O grupo xingava e hostilizava o petista enquanto o carro tentava sair do local. Em vídeo que circulou nas redes sociais, é possível ver parte da ação dos bolsonaristas cercando um veículo.

Em outro momento, um homem que seria parte da equipe de segurança de Lula retira uma faixa de um carro estacionado. Na peça lia-se: “Lula Lixo”. A ação provocou correria e agitação por parte dos bolsonaristas que cobraram o segurança.

Veja o vídeo:

Repercussão

Marina Silva fez menção ao caso por meio do Twitter ao afirmar que a situação é “inadmissível” e se trata de “um ato de covardia”.

“Inadmissível o que aconteceu nesta manhã em Campinas. Isso não é política. É um ato de covardia. Me solidarizo com o pré-candidato @lulaoficial. Não se pode permitir que a violência política integre o processo eleitoral como tática para chegar ao poder”.

Já Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PDT, repudiou o que definiu como “tentativa de agressão física a Lula, em Campinas, produzida pela militância raivosa e autoritária de Bolsonaro”.

“Repudio a tentativa de agressão física a Lula, em Campinas, produzida pela militância raivosa e autoritária de Bolsonaro. Eu sei bem o que é isso porque fui atacado por uma corja bolsonarista, em Ribeirão, e por um grupamento radical de prováveis lulistas, na Paulista.”

Agenda na região

Lula visitou a ocupação em fase de regularização Vila Soma, em Sumaré (SP), durante a manhã e início da tarde de quinta. Ao discursar para moradores, o pré-candidato afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) só atendeu aos próprios filhos e milicianos durante o mandato.

Em seguida, já em Campinas, Lula participou do almoço – quando houve a hostilização – e depois seguiu para uma reunião com políticos em um hotel. As duas agendas foram fechadas para imprensa.

Por fim, esteve na Unicamp, onde foi recebido por movimentos estudantis e sociais. O evento começou por volta de 16h, sem a presença do ex-presidente, e terminou às 21h40.

Lula discursou por cerca de uma hora e disse, ao citar Bolsonaro, que adversários ficaram com inveja após ele ter sido escolhido como capa da revista norte-americana “Time”.