MANAUS – A Câmara Municipal de Manaus (CMM) foi palco de mais bate-boca e troca de acusações entre os vereadores. A discussão acerca do transporte público municipal segue acalorada entre os parlamentares e alguns deles estão com ânimos aflorados.

Conforme informações do portal O Poder, a sessão desta quarta-feira (8), a base governista do prefeito David Almeida (Avante) e a oposição trocaram farpas. Tudo começou quando o líder do prefeito, Marcelo Serafim (Avante), classificou como “maldosas” as críticas feitas pela oposição ao Projeto de Lei (PL) que trata do tempo de permissão para a circulação de veículos nas ruas de Manaus.

Marcelo direcionou sua fala ao vereador Amom Mandel (Cidadania): “Eu falo pedindo respeito do nobre colega. Nenhum vereador usa o microfone para falar mentiras. Ele, que fala tanto em respeito, tem que respeitar os outros. Eu desafio a vir aqui na minha bancada onde está, a não ser nessa sua mente que só pensa em distribuir para a sociedade informações falsas, no projeto que os ônibus vão ter 20 anos”, declarou. Ele ainda disse que Mandel precisava “repor a verdade” e o acusou de “jogar a sociedade contra o parlamento de forma desonesta”.

Após a fala, Amom respondeu à fala de Marcelo pedindo respeito. “Venho aqui exercer o meu direito de esclarecer as opiniões atribuídas a mim covardemente, de vereadores que olharam para mim e se referiram a mim, mas, com o artifício regimental, impediram que eu exercesse meu direito de resposta”, iniciou.

Mandel engatou a fala e rebateu as críticas recebidas: “Se eu fosse me referir a outras pessoas que mentem neste Parlamento, muitas vezes isso acontece, da forma como Vossa Excelência se referiu a mim, eu precisaria me referir todos os dias, inclusive quanto a Vossa Excelência. Me respeite, não acuse injustamente e Vossa Excelência sabe que o que estou falando aqui está dito na Lei”.

Treta e mais treta

Além da discussão com Marcelo Serafim, Amom também discutiu com o presidente da sessão, vereador Wallace Oliveira.

Amom questionou não ter recebido o tempo prevista para ‘Questão de Ordem’, conforme o previsto no Regimento da CMM. “Presidente, com base no Artigo 176, eu gostaria de questionar qual é o artigo do Regimento que Vossa Excelência está fundamentando para prever o que vou falar? Por que Vossa Excelência não está me dando o direito a questão de ordem, ainda agora?”, questionou.

Oliveira respondeu dizendo: “Porque, primeiro, nós não citamos o seu nome. Está registrado e já tenho o vídeo. Depois, não é pelo fato de o senhor pedir uma questão de ordem que lhe dá a prioridade imediata de falar. Existem pessoas que acenderam seu microfone antes de sua ‘pela ordem’ e eu fiz sua citação. O senhor que depois fez o pedido de questão de ordem. Eu não poderia adivinhar que Vossa Excelência iria fazer o pedido de questão de ordem”.

Wallace ainda afirmou que o Regimento Interno dá a prerrogativa imediata de fala. Amom retrucou que não tem como Oliveira saber se a questão de ordem é um direito de resposta ou não. “Uma lástima”, disse o vereador sobre a situação.

Bastidores

A fama de Amom Mandel entre os colegas de parlamento não é das melhores. Conforme já noticiamos, o vereador tem sido alvo de críticas pelos demais vereadores, que categorizam suas atitudes no plenário como “tumulto” com o objetivo de colocar seu nome na mídia. Um dos parlamentares chegou a chamar Amom de “mimizento e demagogo”

Amom deve sair candidato a deputado nas eleições desse ano e suas alianças políticas para chegar à cadeira de deputado tem sido bastante criticadas. Mandel vem dividindo palanque com os ex-governadores Amazonino Mendes, símbolo da velha política amazonenses e com José Melo, ex-governador cassado após escândalos de corrupção e compra de votos.