Brasil – Aos 86 anos, Dedé Santana coleciona feitos em sua carreira – os recordes de bilheteria dos filmes do quarteto Os Trapalhões, alguns dirigidos por ele próprio, são alguns desses marcos.

O comediante se sente homenageado ao receber convite para integrar a programação da Comedy Con Brasil, que acontece entre 6 e 17 de julho, em Niterói (RJ). Estará ao lado de nomes de diferentes gerações: Paulinho Serra, Fafy Siqueira, Diogo Portugal, Matheus Ceará, entre outros. Serão mais de 80 comediantes em bate-papos, workshops, palestras, stand-ups e shows musicais.

“Era mais difícil fazer sucesso na minha época. Fui mandado embora duas vezes da TV porque diziam que não havia graça. A primeira foi na TV Tupi, com sede na Urca, no Rio. Na primeira fala que dei no palco, o diretor criticou: “Quem é esse rapaz aí? Ele fala muito baixo!”. Como assim? Eu vim do circo, não falava baixo! A segunda vez foi na TV Excelsior, não viam graça em nada. Da Globo não fui demitido, o contrato acabou. Agora ninguém mais é contratado lá. É tudo por obra. Até o Renato (Aragão) eles tiraram. Caramba, tirar o Renato? Não tá fácil não”, lamenta.

Da turma da nova geração de humor, ele se diz fã da Tatá Werneck e do Paulo Gustavo, morto pela Covid-19 em maio do ano passado. “Comediantes fora do sério!”, elogia. Em seguida, diz que não está nada fácil fazer as pessoas rirem no Brasil atual – não por questão de política, diga-se de passagem.

“Está complicado (fazer humor) por causa do politicamente correto, não se pode falar mais nada, que vira um problema. Os Trapalhões dos anos 80 e 90, não tinha maldade. Eu entrava em cena e falava pro Mussum: “Ô negão”! Ele respondia: “Negão é seu passadis!”. E todo mundo ria. Me chamavam de ‘rapaz alegre’ e eu não via maldade. Hoje em dia é tudo complicado”, compara.

Desde que assumiu ser eleitor – e fã – do presidente Jair Bolsonaro (PL), Dedé revela que sofre consequências no meio artístico. “Muita gente parou de falar comigo desde que defendi ele, gente que prefiro nem citar nomes. Eu conheci um cara com nome de Capitão, morava perto do condomínio dele no Rio, e sempre o tratei assim, de Capitão. Até que aconteceu aquela facada durante a eleição e percebi que ‘capitão’ era candidato à presidência. Fui lá prestar solidariedade. Nem sabia que era político! Falei: “Quero que seja meu presidente! E não me arrependo disso”, diz Dedé, que hoje mora em Santa Catarina.

Com informações da Veja*