BRASIL – Questionado sobre rachadinha, Bolsonaro afirmou com naturalidade que a prática é comum, mas não foi questionado sobre a denúncias que o envolvem diretamente. As declarações foram dadas neste sábado (13).

“Uns fazem legalmente, entre aspas, no estatuto, outros fazem por fora. (…) É uma prática meio comum, concordo contigo. Não é só no Legislativo não, também no Executivo municipal, até em um outro poder também, tá? E em cargo de comissão você pode botar quem quiser.”

O mandatário, porém, evitou falar sobre o cometimento do crime por ele mesmo: “Não vou falar de mim. Sou suspeito pra falar de mim… Tem servidor meu falando, denunciando…”.

Quando deputado, ele teve funcionários que não trabalhavam, mas devolviam quase todo o salário. Para a Justiça, a prática se enquadra no crime de peculato, quando agente público se apropria do patrimônio público.

A denúncia foi feita por sua ex-cunhada (irmã da segunda esposa), em áudio que se tornou público.

O filho mais velho de Bolsonaro, Flávio, é investigado pela prática de rachadinha, em esquema que era operado pela segunda mulher de Bolsonaro, Ana Cristina, e depois pelo PM Fabrício Queiroz.

Além disso, Jair Bolsonaro (PL) disse que manterá Paulo Guedes na economia, caso reeleito.

Bolsonaro afirmou que o atual ministro da Economia fez “excelente trabalho”. Ao falar do ministro, usou verbo de quem considera certa a reeleição. “Paulo Guedes continua sendo meu ministro ano que vem. Mais provas do que ele deu certo?”

As provas

O Brasil teve crescimento pífio nos últimos anos, mesmo antes da pandemia.

Com Guedes, o desemprego atingiu marcas recordes, a massa salarial recuou e o dólar atingiu seu maior valor, sem contar a inflação, que atingiu um dos seus maiores índices desde a implantação do Plano Real.

De acordo com dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) Trimestral, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem 9,3% da população desempregada. A comparação é com o trimestre anterior (11,1%). Ainda segundo a Pnad Contínua, cerca de 2,985 milhões de brasileiros em situação de desemprego estão em busca de um trabalho há pelo menos dois anos.