BRASIL – O jornalista Guilherme Amado, em sua coluna no portal Metrópoles, afirma que “Procurador-geral da República, Augusto Aras deve entrar com um recurso contestando a operação da Polícia Federal que mirou os oito empresários bolsonaristas que participavam de um grupo de WhatsApp em que foi defendido um golpe em caso de vitória de Lula”.

“Aras aguarda Alexandre de Moraes lhe dar acesso às investigações. O acesso foi pedido pelo PGR na quarta-feira (24/8), mas o ministro do STF ainda não autorizou o compartilhamento do material”, acrescenta.

De acordo com Amado, “Aras afirma que a PGR não foi intimada com antecedência pelo STF e que só soube da operação no dia que ela foi feita. Moraes rebate e afirma que a PGR foi “intimada pessoalmente, com a entrega da decisão para a Assessoria de Apoio aos Membros da Procuradoria-Geral da República no STF”.

O jornalista acrescenta que “pessoas próximas de Aras também avaliam solicitar ao ministro Dias Toffoli, do STF, que julgue uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), de 2021, na qual a PGR pede que juízes sempre ouçam o Ministério Público antes de decretar medidas cautelares e proferir decisões que restrinjam direitos fundamentais dos cidadãos”.

A Polícia Federal (PF) apreendeu celulares que tinham uma troca de mensagens do procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, com empresários bolsonaristas, alvos de uma operação da PF, nesta terça-feira (23), por terem defendido um golpe de Estado se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar a eleição.  De acordo com informações do site Jota, fontes da PF, do Ministério Público Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmaram a troca de mensagens entre empresários e o procurador, indicado por Jair Bolsonaro (PL) para o cargo em 2019 sem que estivesse na lista tríplice do MP. Aras também ficou irritado com a operação policial desta terça.

“As mensagens ainda são mantidas sob sigilo, mas já viraram tema entre ministros do STF”, informou o Jota.

Um dos amigos de Aras é o empresário Meyer Nigri, da construtora Tecnisa, citado nominalmente no discurso de posse de Aras como procurador. “Não posso deixar de cumprimentar um amigo de todas as horas neste momento em que vivenciamos. E faço uma homenagem especial ao amigo Meyer Nigri, em nome de quem cumprimento toda a comunidade judaica, que comemorou 5.780 anos nos últimos dias”, disse Aras.