BRASIL – Vídeo que circula nas redes sociais mostra que a rede de supermercados Baratão da Carne é um dos patrocinadores dos protestos bolsonaristas antidemocráticos que acontecem em Manaus desde o dia 2 de novembro.

Derrotados nas urnas em 30 de novembro, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu a eleição contra Jair Bolsonaro (PL), o grupelho bolsonarista acampa em frente ao Comando Militar da Amazônia, localizado na Av. Coronel Teixeira, Ponta Negra, zona Oeste de Manaus.

Em frente ao QG do Exército, bolsonaristas defendem um golpe de Estado e ruptura institucional no Brasil. Segundo os manifestantes, as eleições foram “fraudadas”. Diversos órgãos, instituições e entidades atestaram a legalidade do processo eleitoral no país, incluindo o Ministério da Defesa – responsável pela direção do Exército, Marinha e Aeronáutica.

No vídeo, enquanto funcionários do supermercado carregam as mercadorias, uma mulher informa: “Doação que nós ganhamos agora do Baratão da Carne para a manifestação. Estamos nesse momento pegando aqui. Glória a Deus”.

Em seguida, ela enumera os itens recebidos na doação: “12 caixas de frango, 10 fardos de refrigerante de dois litros, fardo de farinha, de café, 10 pacotes de calabresa. Uma grande ajuda mesmo. Praticamente 5 mil reais em doação”.

Assista:

Patrocínio secreto

Em grupos de bolsonaristas, o vídeo gerou desconforto.

Em mensagem, um homem afirma que “esse tipo de doação não era nem pra ser divulgada. Depois vão dizer que estamos sendo financiados, gerando um desconforto de marketing com as demais empresas”.

Confira:

MPF vai investigar atos

O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas abriu procedimento para investigar os atos antidemocráticos que acontecem em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), em Manaus. Segundo o órgão, a ação vai apurar transtornos causados à população daquela área, a partir de manifestações convocadas para contestar o processo eleitoral que teve o vencedor declarado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em um despacho emitido na terça-feira (8), o procurador da república Filipe Lucena, coordenador do núcleo criminal do órgão no Amazonas, mandou apurar o bloqueio de parte da pista da Avenida Coronel Teixeira, onde os manifestantes se concentram.

O Ministério Público Estadual (MPE) também se manifestou sobre os atos. Segundo o órgão, o Procurador-Geral de Justiça Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior estabeleceu, imediatamente, que fosse oficiado ao MPF para conhecimento e adoção de providências. O órgão ministerial também determinou o encaminhamento das informações ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Especializadas na Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e da Ordem Urbanística.