BRASIL – Assessores próximos de Jair Bolsonaro temem que o presidente derrotado não consiga concluir o mandato. A razão é o estado psicológico de Bolsonaro, que, na prática, está afastado da Presidência desde o dia da eleição, informa o jornalista Guilherme Amado, em sua coluna no portal Metrópoles.

De acordo com Amado, “pessoas próximas ao presidente descrevem seu estado como ‘apático’ ou ‘depressivo’. Bolsonaro teve pouquíssimos compromissos públicos nas últimas duas semanas. Não fez suas tradicionais transmissões ao vivo de quinta-feira, um hábito que manteve mesmo quando viajou para o exterior”.

“A estratégia tem sido considerada um erro. No Planalto, acredita-se que, passado o 15 de novembro, os eleitores do presidente passarão a cobrar sua presença ou pronunciamento público”, acrescenta.

Expediente de minutos

Jair Bolsonaro trabalhou cerca de 24 minutos por dia entre o dia 1º de outubro, véspera do primeiro turno das eleições, até a última quarta-feira (9).

Segundo levantamento do Congresso em Foco com base nas agendas oficiais do presidente da República divulgadas, Bolsonaro trabalhou 16 horas e 10 minutos no período, equivalente a duas jornadas de oito horas praticadas pela maioria da população empregada.

Após o segundo turno, realizado no dia 30 de outubro e que consagrou a vitória de Lula (PT) sobre Bolsonaro, na agenda do presidente só consta um evento realizado no Palácio do Planalto. Todos os outros compromissos foram feitos no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência.