Brasil – Policiais militares (PM) de Goiás se revoltaram após serem chamados de “milicianos” em uma questão de concurso aplicado na prova para escrivão da Polícia Civil de Goiás (PCGO), realizada no domingo (15/1). O comandante-geral da PMGO, coronel André Henrique Avelar, manifestou “inconteste repúdio” e afirmou que a questão teve intenção “muito além de levianas de atingir uma corporação”.

A prova foi aplicada pelo Insituto AOCP, na capital goiana. O Metrópoles tentou contato com a instituição por e-mail, no entanto, até o fechamento desta matéria, não houve resposta.

Por meio das redes sociais, o coronel recebeu apoio de outros integrantes da corporação. Na nota, ele se manifestou pela anulação da questão. André Avelar disse que deve buscar medidas judiciais para a resolução do caso, que chamou de nefasto e funesto.

“Nos ofendem gratuitamente, e devem, ao mínimo, uma severa retratação. Isso, entretanto, não eximirá a busca do caminho judicial, para que não mais subjuguem não só a PM-GO, mas todos aqueles policiais militares, homens e mulheres, que pelo país afora, prestam serviços com seu próprio suor e sangue em benefício da preservação da ordem pública”, escreveu o comandante-geral.

“Milicianos”

O enunciado da questão tem o seguinte conteúdo:

Josué, delegado de polícia em plantão noturno na delegacia de Anápolis, percebe a chegada de dois policiais militares conduzindo uma pessoa presa em flagrante por crime ambiental. Após inquirir oficialmente os milicianos, inicia o interrogatório da pessoa capturada, mas ela informa que se manter em silêncio. Os policiais militares se incomodam e iniciam constrangimento para que a pessoa responda às perguntas de Josué, quando este relembra os milicianos que o interrogatório forçado é crime de abuso de autoridade. Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.

Pela definição do dicionário, miliciano é “quem pertence a uma milícia, a uma força, tropa ou organização militar”. No entanto, o termo tem sido utilizado para grupos armados irregulares, muitas vezes compostos por integrantes e ex-integrantes de forças de segurança como policiais, bombeiros e agentes penitenciários.

De acordo com a Polícia Civil, foi formalmente encaminhado um pedido de explicação, esclarecimento e nota pública à empresa responsável pela realização do certame.

Fonte: Metrópoles