Brasil – Rentável, o lucro com o tráfico de drogas, especialmente o de cocaína e crack, pode alcançar percentuais que se aproximam dos 500%. Mesmo com os altos rendimentos, uma das traficantes presas nessa sexta-feira (3/3), durante a Operação Bad Nurse, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), encheu o bolso graças aos auxílios oferecidos pelos governos federal e do DF.

A coluna Na Mira apurou que Lorrane Santos da Rocha (foto em destaque), 26 anos, conhecida como princesinha do pó, embolsou cifras superiores a R$ 35 mil bancadas por benefícios como Bolsa Família, Auxílio Brasil, o antigo Auxílio Emergencial, além de programas locais, como o DF sem Miséria e o DF Social. Os valores pagos mensalmente compreendem os anos de 2020 e 2023.

De acordo com o Portal da Transparência do Governo Federal, desde o início dos repasses, em 2020, a traficante abocanhou R$ 4.087 de Auxílio Brasil, R$ 9.618 do antigo Auxílio Emergencial e R$ 21.396 de Bolsa Família/Auxílio Brasil. Além da quantia que ultrapassa os R$ 35 mil transferida pelo governo federal, a traficante ainda é contemplada com repasses do GDF.

Enfermeira do tráfico

Lorrane é filha de Suelene Santos Soares, a enfermeira do tráfico, também presa na Operação Bad Nurse. Segundo as apurações policiais, a profissional da saúde criou uma rede de vapores, responsáveis pela distribuição de drogas na região da Rodoviária do Plano. A maioria era moradores de rua e garotas de programa que vagam pelo SCS.

A mulher possui uma sala comercial, na área central, usada de apoio para a distribuição de crack. A filha da enfermeira, também suspeita de integrar o esquema criminoso, é outro alvo da operação.

Os investigadores descobriram uma artimanha da enfermeira do tráfico. Para fugir de olhares curiosos e, principalmente das viaturas da Polícia Militar que patrulham a região, a traficante costuma escalar as árvores e permanecer sentada durante horas nos galhos mais altos.

Há mais de 10 anos traficando na área central, a mulher costumava apenas fazer sons com a boca para chamar a atenção dos usuários ávidos por uma pedra.

Fonte: Metrópoles