BRASIL – O inquérito aberto pela Polícia Federal (PF) na segunda-feira (6) deverá se debruçar sobre a suspeita de que o governo brasileiro tenha oferecido algum tipo de contrapartida ou vantagem comercial à Arábia Saudita no escândalo das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, dadas pela monarquia saudita ao casal Jair e Michelle Bolsonaro.

“Se esse tipo de negociação for identificada, o caso pode ser enquadrado como corrupção passiva”, diz o jornalista Valdo Cruz, no G1.

Segundo ele, a investigação da PF deverá se ater aos “negócios fechados durante o governo Bolsonaro com investidores sauditas e com o próprio governo do país árabe” para verificar a existência da indícios de vantagens. Os investigadores vão verificar se há indícios de vantagens que destoam dos padrões de mercado.

“Um eventual benefício dado pelo governo brasileiro aos sauditas nesses contratos pode ser enquadrado como uma ‘retribuição’ pelo presente encaminhado a Bolsonaro e à ex-primeira-dama”, ressalta Valdo Cruz.

Na segunda-feira (6), o jornalista Fernando Gabeira cobrou, durante participação na GloboNews, a investigação da suspeita de que as joias tenham alguma ligação com a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, na Bahia, para um fundo árabe dos Emirados Árabes Unidos.