Brasil – Um homem visivelmente transtornado invadiu a igreja onde o padre Julio Lancellotti celebrava uma missa, nesta sexta-feira (10), na zona leste de São Paulo. Aos gritos, ele interrompeu os trabalhos, fez ameaças ao religioso e ainda arremessou um celular contra os fiéis.

“Vai sustentar vagabundo”, gritou o homem. Lancellotti usou as redes sociais para comentar a agressão. “Este morador da Mooca, hoje, invadiu a igreja, interrompeu a missa aos gritos e me insultou por causa da pastoral de rua. Jogou o celular contra nós e proferiu ameaças”, destacou.

O homem, já do lado de fora da igreja, voltou a fazer provocações. Ele gritava frases deconexas e sem sentido, acusando o padre de ter invadido sua casa.

O padre Julio Lancellotti é conhecido mundialmente por suas ações de caridade, atendendo, principalmente, a população em situação de rua.

O histórico de luta pelos pobres do padre Julio

O padre Julio Lancellotti é, na atualidade, uma das principais figuras da Igreja Católica no Brasil, porque ele traz à tona a tradição da luta ao lado dos pobres e daqueles que são, historicamente, difamados pela sociedade.

Em agosto de 2022, ele divulgou em suas redes um vídeo onde aparece arrancando as grades da Igreja São Miguel Arcanjo, paróquia pela qual é o responsável. “Hoje iniciamos a retirada das grades em volta da igreja São Miguel Arcanjo na Moóca como gesto da luta contra a Aporofobia”, escreveu o religioso em suas redes.

Aporofobia é o termo utilizado para designar o repúdio, aversão ou desprezo pelos pobres ou desfavorecidos e a hostilidade para com pessoas em situação de pobreza extrema.

Padre Julio possui um histórico na luta contra a aporofobia. Em fevereiro de 2021, ele fez uma série de apelos ao então prefeito de São Paulo, Bruno Covas, para que retirasse pedras colocadas em um viaduto próximo da Avenida Salim Farah Maluf, na Zona Leste da capital paulista.

“Indignação diante da opressão. Marretada nas pedras da injustiça”, publicou o padre nas redes sociais. Padre Julio denunciou a “arquitetura higienista” da administração tucana.

Fonte: Revista Fórum