Brasil – As deputadas Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG) apresentaram na quarta-feira (15) um pedido para cassar o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) por seu discurso transfóbico na Câmara dos Deputados, Brasília (DF), no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

Além disso, foi entregue mais de 360 mil assinaturas coletadas online em apoio à revogação do mandato de Nikolas.

Durante um pronunciamento, Erika Hilton afirmou que a transfobia é crime e que o discurso do deputado foi utilizado para ridicularizar as pessoas trans.

“Muito mais do que o ato é o que reverbera as ações desse parlamentar em toda a sociedade, o que tem sido reverberado nas nossas redes sociais, a onda de ataque, ameaça, violência, a certeza da impunidade por parte de seus seguidores nas redes sociais, que permanece perpetuando o símbolo do ódio, violência, preconceito e marginalização”, disse.

Erika também lembrou que, em 2019, o Supremo Tribunal Federal equiparou a transfobia ao crime de racismo e passou a ser tratado como hediondo.

Relembre o caso

No último dia 8, Nikolas Ferreira subiu no plenário da Câmara, colocou uma peruca loira e fez um discurso transfóbico.

“Hoje é o Dia Internacional das Mulheres. A esquerda disse que eu não poderia falar porque eu não estava no meu local de fala. Então, solucionei esse problema aqui. Hoje, eu me sinto mulher. Deputada Nicole”, disparou.

“As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. E para vocês terem ideia do perigo de tudo isso é que eles querem colocar uma imposição de uma realidade que não é a realidade”, acrescentou.

Depois, o Ministério Público Federal (MPF) acionou a Câmara dos Deputados para que as falas do parlamentar sejam apuradas. Entidades LGBTQIA+ enviaram notícias-crime ao Supremo Tribunal Federal.

Vale informar que, desde fevereiro deste ano, Nikolas Ferreira responde por injúria racial depois de ter chamado a deputada Duda Salabert de “ele”.

“Ele é homem. É isso o que está na certidão dele, independentemente do que ele acha que é”, disse durante uma entrevista em dezembro de 2020.

Via: Istoé