BRASIL – O governo do presidente Lula (PT) cogita emplacar o senador amazonense Eduardo Braga (MDB) na relatoria da CPMI dos Ataques Golpistas de 8 de janeiro. O nome de Braga é uma alternativa do Palácio do Planalto à resistência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) ao nome do senador Renan Calheiros (MDB) ao cargo. As informações são do jornal O Globo.

Lira e Calheiros são rivais históricos em Alagoas e o governo Lula quer neutralizar um possível desgaste entre o executivo e o legislativo, apontando Braga como o plano B. No entanto, Braga teria apresentado resistência à ideia de até mesmo ser membro da comissão. Fontes próximas ao parlamentar avaliam que ele contribuiria mais ao governo atuando nos bastidores.

“Apesar de o requerimento de abertura da CPI já ter sido lido em plenário pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e algumas siglas terem anunciado suas escolhas, alguns partidos só decidirão os nomes que indicarão na semana que vem, quando a CPI será instalada”, informa o periódico.

O governo Lula tem influência, na teoria, sobre dois blocos partidários que somam 12 senadores. O número, no entanto, depende das escolhas dos líderes, já que alguns partidos abrigam parlamentares de apoio e de oposição a Lula.

É nesse cenário que governo e oposição começam a traçar estratégias para influenciar os rumos da investigação. O Planalto quer escalar dois times para a CPMI: um com os “bons de briga” e outro com “técnicos”. O primeiro grupo fica encarregado de travar embates diretos com bolsonaristas e pautar os rumos das discussões, enquanto o segundo grupo fará a sustentação técnica para os trabalhos na comissão.