Brasil – Depois de o Telegram publicar um artigo contra o Projeto de Lei (PL) 2630, o líder do governo Lula no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), compartilhou uma charge que associa o aplicativo de mensagens ao nazismo. O parlamentar gerou revolta nas redes.

“Com a mais nova campanha do Telegram, a charge do Amarildo se mostra mais do que acertada”, escreveu Rodrigues, na terça-feira 9. “Essa é a batalha dos nossos tempos. Lembrando que ontem foi o Dia da Vitória.”

No próprio post, internautas manifestaram indignação. “Meu Deus, vocês perderam totalmente a noção do ridículo”, escreveu um advogado. “Chega a ser uma afronta aos judeus fazer este tipo de comparação. Estão desdenhando do sofrimento de um povo que passou pelo pior momento da história da humanidade.”

“Que coisa nojenta”, publicou um homem. “Como judeu, eu repudio essa comparação abjeta. A proposito, o Telegram divulgou o texto para o mundo todo e não só para o Brasil. E com tradução para todos os idiomas.” “Que trabalho porco e covarde você faz”, comentou a página oficial do Movimento Brasil Livre na rede social.
Randolfe Rodrigues se incomodou com artigo do Telegram

Em um artigo publicado na tarde de ontem, o Telegram acusa o PL 2630 de ameaçar a democracia no Brasil. No documento, a empresa lista uma série de argumentos contra o que pode “matar a internet moderna”. “Caso seja aprovado, empresas como o Telegram podem ter de deixar de prestar serviços no Brasil”, advertiu o serviço de mensagens instantâneas.

Na semana passada, o projeto saiu da pauta da Câmara dos Deputados, por falta de votos e em virtude da pressão popular.

De autoria do senador Alessandro Vieira (PSDB-RS), o texto é relatado pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). A versão inicial apresentava alguns tópicos polêmicos, que foram retirados posteriormente, entre eles, a existência de um órgão regulador para checar supostas notícias falsas. Na internet, internautas compararam a iniciativa ao Ministério da Verdade, que aparece no livro 1984, do escritor George Orwell.

Fonte: Revista Oeste