A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro (RJ) anunciou nesta quarta-feira (31) abertura de um inquérito para investigar as influencers Kérollen e Nancy, por conta do vídeo racista publicado nas redes sociais em que elas dão uma banana e um macaco de pelúcia a duas crianças negras.

A advogada Fayda Belo trouxe o vídeo à tona ao publicar um relato em seu TikTok denunciado a situação e indicando que tais atitudes ferem a integridade das crianças, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Quando a postagem da advogada foi feita, o vídeo da dupla não estava mais no ar em suas redes sociais. Além disso, Fayda Belo incentivou o público a denunciar as influenciadoras no site do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).

Após a repercussão, o caso chegou até a Decradi, que está apurando a situação e será encarregada de determinar se o vídeo violou ou não o direito dos menores. Vale ressaltar que a população preta, parda e indígena representa 47% das vítimas de denúncias variadas no segundo semestre de 2022, segundo os dados do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.

Fayda Belo agradeceu a mobilização dos internautas que denunciaram e explicou que entrou em contato com a delegada titular da Decradi e protocolou a notícia-crime.

“Agora é aguardar os trâmites da justiça, para que elas respondam à altura do mal que foi feito. […] Por fim, quero falar de um assunto muito importante com vocês: a gente sabe que esse caso foi muito cruel e que causou muita repulsa na gente, mas isso não significa que se você ver as duas na rua você pode agredi-las. Nada de fazer justiça pelas próprias mãos!”, alerta Fayda.

Veja o vídeo da advogada aqui.

Uma nota à imprensa feita pela assessoria jurídica de Kérollen e Nancy foi divulgada através de seus perfis nas redes, dizendo que ambas não tinham intenção de fazer referência à discriminação de minorias, desculpando-se por quaisquer pessoas que tenham se sentido ofendidas.

“É essencial analisar os fatos de forma justa e imparcial antes de tirar qualquer conclusão. As publicações em questão foram retiradas de contexto e interpretadas de maneira distorcida. As influenciadoras não tiveram a intenção de promover o racismo ou ofender qualquer indivíduo ou grupo étnico.”, ressalta a nota.

Além disso, a assessoria também alega que mãe e filha sempre cooperaram com instituições e promoveram a igualdade racial e a diversidade e que o direito à liberdade de expressão não deve ser utilizado para discurso de ódio.