Manaus – Um levantamento feito pela Polícia Federal aponta que o ex-superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, foi um dos responsáveis por levantar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro e que disparou FAKE NEWS sobre um instituto de pesquisa.

Vale ressaltar, que tudo isso foi em prol do seu grande aliado e compadre, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), líder do partido no qual Menezes foi expulso essa semana.

No dia 26 de junho do ano passado, Bolsonaro nviou uma mensagem sem provas falando de suposta fraude no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições passadas. Ele também atacou o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e pediu: “Repasse ao máximo”.

A mensagem foi recebida segundo a PF pelo empresário Meyer Nigri, que três minutos depois informou que já havia repassado para vários grupos, entre eles, Menezes diretamente.

De acordo com mapeamento do professor da USP e colunista do GLOBO Pablo Ortellado, o ex-superintendente da Suframa prontamente resolveu compartilhar o texto no Facebook. Junto com o ex-major e militar reformado Ailton Barros e o deputado federal Cabo Gilberto (PL-PB), eles foram responsáveis por compartilhar as falsas notícias para aproximadamente 234,6 mil seguidores. Só Menezes possui sozinho mais de 36 mil seguidores atualmente.

O texto compartilhado pelo ex-superintendente, que perdeu as eleições para ser senador no Amazonas dizia ainda, sem provas, que o Datafolha estaria “inflando” os números do então pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva para “dar respaldo” ao TSE.

Expulsão do PL

Além de perder as eleições para o Senado e ter ajudado a compartilhar falsas informações, segundo a PF, coronel Menezes acabou expulso essa semana do Partido Liberal (PL), berço do bolsonarismo. Apesar do empenho em ajudar o ex-presidente, não conseguiu apoio nem mesmo no próprio partido.

Ele foi denunciado pelo deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) após chama-lo de “Judas” na época da votação da reforma tributária. Na ocasião, Alberto disse “Não”. Tanto Menezes quanto Alberto Neto já estavam se estranhando por disputar internamente o posto de candidato do PL à Prefeitura de Manaus.

Na decisão da expulsão, o primeiro vice-presidente da comissão, João Augusto Cordeiro Ramos, pontua que Menezes violou dois artigos do estatuto do partido e e três artigos do Código de Ética, “aplicando-lhe a penalidade de expulsão”.

Coronel Menezes já informou que tenta reverter a decisão. “Vamos agora buscar as instâncias superiores do partido para reverter uma decisão esdrúxula, absurda, descontextualizada e permeada por uma vontade pessoal do parlamentar. […] uma decisão assim, repleta de vícios na sua origem, fere acima tudo a nossa democracia e os 737.000 mil eleitores que votaram no Coronel Menezes em 2022. Vou buscar incessantemente a reparação desta decisão. Selva!”, afirma o militar.