Brasil – Após adiar o depoimento que dará à Polícia Federal (PF) para falar sobre o repasse de fake news das urnas eletrônicas ao empresário Meyer Nigri, Jair Bolsonaro (PL) marcou uma nova cirurgia para o próximo dia 12 de setembro, com internação prevista para a próxima segunda-feira (11).

Após relatar dores no abdómen, o ex-presidente realizou exames no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, no dia 21 de agosto, quando teria sido detectada a necessidade de um novo procedimento.

Essa será a quinta cirurgia feita por Bolsonaro após o episódio da facada durante a campanha eleitoral de 2018. O ex-presidente também se internou em pelo menos outras oito ocasiões para tratar das complicações.

O procedimento deve ser feito para tratar a suboclusão intestinal e também o refluxo gástrico esofágico. A cirurgia será realizada pelo médico Antônio Luiz Macedo, que acompanha Bolsonaro desde a facada.

Adiamento

Na noite da última quinta-feira (30), a defesa de Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o adiamento da oitiva sobre o caso o envolvimento do ex-presidente na propagação de fake news em grupo de WhatsApp de empresários aliados.

A alegação é que os advogados só teria tido tempo para preparar Jair e Michelle Bolsonaro para o depoimento simultâneo com outros membros da organização criminosa sobre o caso das joias. As duas oitivas haviam sido marcadas para a última sexta-feira (31).

No entanto, tanto Bolsonaro quanto Michelle ficaram calados diante dos investigadores, em conluio com outros membros da OrCrim, em uma manobra jurídica realizada pelos advogados.

Em notas divulgadas após a chegada dos depoentes à PF, os advogados questionam o fato da investigação tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) e não na primeira instância.

“Assim, considerando o respeito às garantias processuais, a observância ao princípio do juiz natural, colorário imediato do devido processo legal, os peticionários optam, a partir deste momento, por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que estejam diante de um juiz natural competente”, dizem Paulo Amador Bueno e Daniel Tesser, que defendem Jair Bolsonaro e Michelle.

A manobra jurídica usa um parecer rejeita da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendia que o caso tramitasse na 6ª Vara Federal de Guarulhos (SP) – onde havia uma apuração ligada às joias dadas pela Arábia Saudita e retidas no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Em clara provocação, os advogados ignoram que no início do mês, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu anexar apuração ao inquérito das fake news.

Segundo Moraes, a investigação revelou “fortes indícios de desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao Presidente da República ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação da origem, localização e propriedade dos valores provenientes”.

Fonte: Revista Fórum