Brasil – A cantora gospel Izabela Cristy, de 29 anos, voltou para prisão domiciliar na noite desta terça-feira (12 de setembro). Ela e o marido, David Robson de Barros, de 34 anos, são suspeitos de causar prejuízo a cerca de 300 pessoas por meio de um esquema de pirâmide financeira. A suspeita estava presa desde o início de junho após denúncias apontarem que o casal havia feito novas vítimas mesmo durante a prisão domiciliar.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), Isabela Cristi Gomes Barros recebeu alvará de soltura, expedido pela Justiça, para cumprimento de prisão domiciliar nessa terça-feira. O companheiro da cantora, David de Barros, segue preso.

O esquema de pirâmide administrado pelo casal foi descoberto em maio de 2022. Eles são proprietários de uma plataforma de investimentos que prometia lucros astronômicos, mas acabava deixando as vítimas no prejuízo. Em 6 de maio do ano passado, David e Izabela foram localizados e presos pela primeira vez.

Cerca de um mês depois, a cantora deixou o presídio onde estava para cumprir prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. O direito foi concedido diante da legislação que prevê o benefício para mulher com filho de até 12 anos, “desde que não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa e, ainda, não tenha praticado o crime contra seu filho ou dependente”. Já Davi estava em prisão domiciliar, também com uso de tornozeleira eletrônica, desde agosto do ano passado.

Em junho deste ano, o casal foi preso novamente após diversas vítimas de outros estados brasileiros procurarem a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) denunciando a dupla por golpes cometidos durante a prisão domiciliar. Diante disso, um mandado de prisão preventiva foi expedido contra os suspeitos.

Conforme as investigações, os suspeitos utilizavam grupos de aplicativos de mensagens para passar a falsa impressão de que a suposta empresa do casal tinha alta confiança para investimentos. As vítimas então entravam em contato com o suspeito, o qual prometia retorno financeiro para os investimentos de mais de 100% ou, caso não se confirmassem por algum problema no mercado financeiro, teriam o dinheiro devolvido.

Atraídos pelo alto valor, as vítimas transferiram os valores diretamente para a conta do investigado. Além disso, as investigações demonstraram que os suspeitos incentivavam as vítimas a atraírem outros potenciais investidores, fomentando a criação de uma rede de clientes.
Relembre o caso

A cantora e o marido eram proprietários de uma plataforma de investimentos que prometia lucros altos, mas deixava as vítimas no prejuízo. A prática é conhecida como pirâmide financeira, esquema que é proibido no Brasil. Eles foram presos no dia 6 de maio do ano passado suspeitos de dar prejuízo a cerca de 300 pessoas.

Nas redes sociais, eles ostentavam uma vida de luxo com fotos de várias viagens para o exterior. Eles ofereciam lucros de até 400% com os investimentos, o que era tentador para os usuários da internet. A reportagem de O TEMPO entrevistou uma das vítimas, que conheceu Isabela em uma igreja evangélica e investiu R$ 40 mil. “Minha vida está um inferno”, contou ela na época.

Na ocasião da primeira prisão do casal, na casa deles em Lagoa Santa, ela e o marido resistiram à prisão, utilizando a filha deles, de 3 meses, como escudo contra os policiais.

Fonte: O TEMPO