Brasil – O pastor André Valadão culpou os “demônios” pelo vício na pornografia durante culto evangélico no último domingo (24). Em uma igreja brasileira em Orlando (EUA), ele pregou sobre o conteúdo e seu impacto na vida do cristão, e revelou seu vício juvenil em pornografia.

“As portas do inferno não vão prevalecer, a pornografia não vai prevalecer na sua vida”, bradou ele em frente à milhares de fiéis que acompanharam seu discurso na Lagoinha Orlando Church, igreja na qual Valadão é pastor-presidente.

Os antecedentes de André Valadão

Em outubro de 2022, o pastor divulgou um vídeo em que encena o recebimento de uma carta de intimação judicial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a qual o obrigava a se retratar sobre falsas acusações com o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Twitter bloqueou sua conta semanas após a publicação, sob a justificativa de violação de políticas de desinformação.

Em junho deste ano, Valadão atacou as paradas LGBTQIAP+ e convocou seus fiéis a matarem esse grupo: “Essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal aquilo que a Bíblia já condena. Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer: ‘não, pode parar, reseta’. Aí Deus fala, ‘não posso mais, já meti esse arco-íris, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então, agora está com vocês’. Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você”.

O pastor bolsonarista realizou um culto homofóbico intitulado “Deus odeia o orgulho”, durante o Mês do Orgulho LGBTQIAP+. André Valadão disse que é preciso odiar pessoas que não estão dentro da heteronormatividade e já havia mencionado que a igreja não é o lugar para pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQIAP+.

Diante do caso, a deputada federal Erika Hilton (PSOL) entrou com representação no Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) contra o pastor por discurso de ódio. O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça a condenação de Valadão pelo pagamento de R$ 5 milhões por danos morais coletivos à comunidade LGBTQIAP+.

“A fala do líder religioso é clara ao estimular os cristãos a repudiarem e atacarem fisicamente essa coletividade de pessoas que, socialmente, já se encontra em situação de vulnerabilidade”, relatou a procuradora Ludmila Oliveira.

Fonte: Revista Fórum