BRASIL – A Polícia Federal (PF) deflagrou operação na manhã desta sexta-feira (20) tendo como alvo uma quadrilha formada por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que monitorava, de forma ilegal, jornalistas, advogados, políticos e opositores de Jair Bolsonaro (PL), enquanto ele era presidente.

A investigação da PF tem como foco o uso não autorizado de um sistema de rastreamento de localização durante os três primeiros anos do governo Bolsonaro (2019-2022). O esquima de espionagem ilegal seria liderada pelo deputado federal Alexandre Ramagem, à época diretor da Abin.

Conforme apurado pela Polícia Federal, a ferramenta denominada “FirstMile,” adquirida sem licitação no governo de Michel Temer (MDB) por R$ 5,7 milhões, possibilitava o rastreamento da localização de indivíduos com base na transmissão de dados de seus celulares para torres de telecomunicações instaladas em diferentes regiões.

Agentes da PF executaram 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. Além disso, dois agentes da Abin foram alvos de mandados prisão preventiva.

Depoimentos e provas coletadas pela PF apontam que o FirstMile foi utilizado de forma indevida para monitorar opositores do governo Bolsonaro. A utilização irregular dessa ferramenta causou desconforto interno na Abin e desencadeou uma investigação interna para esclarecer o ocorrido.